O governador Ronaldo Caiado cumpre agenda em Goiânia.
Nesta quinta (19/10), às 15h30, no Palácio das Esmeraldas, lança o projeto pioneiro Goiás Todo Rosa de teste genético para câncer de mama. O teste é indicado principalmente para mulheres com alteração mamária com alta suspeita ou confirmação de diagnóstico. O projeto é uma parceria entre a Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO) e a Universidade Federal de Goiás (UFG).
O câncer de mama é o câncer de maior incidência de taxa de mortalidade de mulheres no Brasil. Só no período de 2018 e 2019 há uma estimativa de 60 mil novos casos, com alta taxa de mortalidade. Temos que procurar, dentro das estratégias de diagnóstico precoce aquelas que efetivamente vão diminuir a taxa de mortalidade da doença. No Brasil ainda vemos um cenário de diagnóstico tardio de câncer de mama, levando à um alto custo para o sistema de saúde, além da necessidade de cirurgias mais complexas para as mulheres.
Abordar este tema tão importante tem o objetivo de munir os profissionais de saúde da Atenção Primária para que possam solicitar adequadamente os exames de rastreio, evitando uso inadequado de recursos, além de criar pontes e tornar os atendimentos mais humanizados, para que as mulheres consigam alcançar o diagnóstico mais rapidamente.
A mamografia diagnostica tumores em estágios muito iniciais, até mesmo quando não são palpáveis (na fase pré clínica da doença). Sendo assim, a mamografia tem impacto na taxa de mortalidade. O Brasil é um país em desenvolvimento onde nem todas as mulheres tem acesso à mamografia. Algumas vezes o número de mamógrafos é suficiente, mas nem sempre eles estão em funcionamento.
Não se considera o auto exame uma ferramenta para diminuição da taxa de mortalidade. O auto exame é importante enquanto rotina, autocuidado para que a mulher conheça seu corpo e identifique alterações que podem estar relacionadas ao câncer de mama, como retrações, nódulos, descargas papilares suspeitas, além de conhecer como é sua mama. Muitas vezes as mulheres observam alterações e procuram seu médico. Ainda não se tem um rastreamento organizado com mamografia, sendo geralmente oportunístico.
Há muitas mulheres sintomáticas que chegam à unidade terciária, trazendo uma série de exames inadequados, de qualidade duvidosa, postergando o diagnóstico. É importante entender bem este processo para não se perder tempo no diagnóstico. Quando não se referencia imediatamente cânceres suspeitos para realização de biópsia, perde-se tempo fazendo mamografias, ultrassonografias e ressonâncias, mesmo quando clinicamente há indicação. Precisamos avançar nesta questão, chamando atenção para o câncer de mama, colocando os grupos de risco em foco.
O risco do câncer de mama, tirando o câncer genético/familiar que é a minoria dos casos (10%), ocorre predominantemente após os 50 anos de idade, tendo como fatores de risco a obesidade, problemas de reposição hormonal e problemas de acesso à mamografia.
Quando tenta-se mudar o eixo e fazer o diagnóstico de uma população mais ampla, é importante focar na população de maior risco: maior de 50 anos. Por outro lado, há um uso exagerado de propedêutica, levando à situações que retardam o diagnóstico.
As pacientes com alto risco para desenvolvimento do câncer de mama, que precisam ter acompanhamento diferenciado são: mulheres com mãe ou irmã com histórico de câncer de mama quando jovens (antes dos 40 anos), câncer bilateral, história na família de câncer de mama em homem, pacientes que tenham feito radioterapia em tórax por linfoma antes dos 30 anos.
Foto: Secom
Texto e edição: PORTAL DEMOCRATA