Por: Salmo Vieira – Instagram; @falacanedo
Foto: Reprodução/Redes Sociais
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a Meta, empresa proprietária do Facebook, entregue um vídeo publicado nas redes sociais do ex-presidente Jair Bolsonaro em janeiro, contendo fake news sobre urnas eletrônicas. O conteúdo, apagado pelo ex-presidente pouco depois da publicação, é considerado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como peça essencial para a denúncia contra Bolsonaro por incitação ao crime, relacionada aos ataques golpistas de 8 de janeiro.
Em decisão desta terça-feira (5), Moraes determinou que a empresa disponibilize o vídeo em 48 horas, sujeita a multa diária de R$ 100 mil em caso de não cumprimento. A PGR argumentou que a Meta já foi procurada anteriormente, mas não entregou o material. A empresa afirmou em agosto que o vídeo foi deletado pelo usuário antes da ordem judicial, impossibilitando o cumprimento da ordem.
O Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos do Ministério Público Federal considera a publicação relevante, alegando que militantes bolsonaristas foram influenciados por teorias conspiratórias questionando a vitória eleitoral de Lula. O coordenador do grupo na PGR, Carlos Frederico Santos, afirmou que Moraes havia incluído Bolsonaro no inquérito, buscando preservar o vídeo conforme as regras do Marco Civil da Internet.
O jornalista Leonardo Sakamoto, colunista do Uol fala sobre o vídeo apagado.
Veja o vídeo abaixo:
Além da entrega do vídeo, foram solicitadas informações sobre seu alcance (visualizações, compartilhamentos, comentários) antes da exclusão, mas, segundo o MPF, esses dados ainda não foram juntados ao inquérito após 11 meses do pedido inicial. Em julho, a solicitação já havia sido reiterada.
Veja o Print do Vídeo
O vídeo em questão mostrava um homem atacando a segurança das urnas eletrônicas, com alegações de que “Lula não foi eleito pelo povo” e foi escolhido pelo STF e TSE. Bolsonaro, em depoimento à Polícia Federal em abril, afirmou ter postado o vídeo por engano durante um tratamento médico nos EUA. A defesa alega que ele tentava salvar o vídeo em seu arquivo de WhatsApp e não percebeu a publicação, apagando-a logo em seguida.