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Por: Alex Alves
Foto Divulgação/Agência Brasil
A gestão de Lula, até o momento, caracteriza-se pela ausência de novas marcas, reciclando programas de mandatos anteriores, como o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e o Bolsa Família, com diferentes graus de repaginação.
No decorrer do primeiro ano de seu mandato, o presidente Lula (PT) sustentou uma avaliação constante, encerrando 2023 com 38% de aprovação, 30% de consideração regular e igual percentual de avaliação ruim ou péssima, conforme aponta a quarta rodada de pesquisa do Datafolha. Os números permaneceram praticamente inalterados ao longo das quatro aferições, com a única variação significativa registrada entre junho e setembro, quando a reprovação subiu de 27% para 31%, embora sem caracterizar um declínio substancial.
A configuração da aprovação presidencial revela uma homogeneidade notável, seguindo as linhas traçadas durante a campanha eleitoral. A maior aprovação é observada entre os nordestinos (48%), representando 26% da amostra, e aqueles com menor escolaridade (50%), abrangendo 28% dos entrevistados. Por outro lado, a reprovação cresce para 39% entre os que possuem curso superior (22% da amostra) e os residentes no Sul (15% da amostra). O índice mais elevado de reprovação é identificado entre os 4% mais ricos, onde 47% das pessoas que recebem mais de 10 salários-mínimos mensais consideram o [desempenho] de Lula como ruim ou péssimo.
Apesar de esforços para se aproximar de diferentes grupos, o presidente não conseguiu conquistar o apoio significativo do eleitorado evangélico, grupo que representa 28% do eleitorado e tem influência política expressiva, geralmente associado ao bolsonarismo. Nesse grupo, a reprovação atinge 38%, enquanto entre os católicos (52% da população ouvida), registra-se uma reprovação de 28%.
Destaca-se um grupo peculiar: os mais jovens, que compõem 15% do eleitorado. Neste segmento, Lula alcança a maior taxa de avaliação regular (40%). Isso pode indicar que a abordagem política tradicional adotada pelo petista conseguiu apaziguar as tensões após os turbulentos anos de Jair Bolsonaro (PL, 2019-2022) e a agitação golpista de 8 de janeiro, embora permaneça incerto o seu apelo futuro ao eleitorado mais jovem.
O entorno presidencial pode celebrar a estabilidade em meio a um ano político arrastado, marcado por decisões proteladas, como a escolha dos novos titulares do STF (Supremo Tribunal Federal) e da PGR (Procuradoria-Geral da República), além de constantes atritos com o centrão de sua base parlamentar.
A gestão de Lula, até o momento, caracteriza-se pela ausência de novas marcas, reciclando programas de mandatos anteriores, como o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e o Bolsa Família, com diferentes graus de repaginação.