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Por: Tatiane Braz
Foto: Reprodução/Agência de notícias IBGE/Acervo IBGE
A heteroidentificação no Censo se baseia em um processo de autodeclaração, oferecendo cinco opções: amarela, branca, indígena, parda ou preta
Os dados do Instituto de Geografia e Estatística (IBGE) revelam mudanças significativas nas autodeclarações raciais dos brasileiros. Desde 2010, a proporção de pessoas que se autodeclaram pardas aumentou para 45%, tornando-se o maior grupo racial do país, superando os brancos, que agora representam 43,5%.
A população que se declara preta também cresceu, atingindo 10%, enquanto os brasileiros que se autoidentificam como indígenas somam 0,8%. Ao mesmo tempo, o número de pessoas que se declaram brancas continua diminuindo desde 2000.
A heteroidentificação no Censo se baseia em um processo de autodeclaração, oferecendo cinco opções: amarela, branca, indígena, parda ou preta. A opção de não declarar raça é mínima, escolhida por apenas 0,005% da população.
O IBGE define como amarelas aquelas pessoas com ascendência em países asiáticos, como China, Japão e Coreia. O Censo, com esse enfoque na heteroidentificação, existe desde 1872, mas a denominação “cor ou raça” começou em 1991.
Além da cor da pele, o IBGE destaca a importância do pertencimento cultural e étnico na pesquisa, reconhecendo que a autodeclaração reflete também a identidade e a consciência social do indivíduo.
A conscientização étnica ganha destaque, sendo discutida em eventos como o realizado na sede do Olodum, em Salvador. Representantes do movimento negro enfatizam a importância desses números na luta pela igualdade, evidenciando que questões como pobreza e desemprego têm nuances raciais.
Para João Jorge, presidente da Fundação Palmares, os dados reforçam a necessidade de conscientização sobre a correlação entre cor e desigualdade. O presidente do IBGE, Márcio Pochmann, destaca o papel político de empoderar a sociedade por meio dessas informações, revelando avanços na mudança de consciência social no país.
Marcelo Gentil, presidente do Olodum, relembra campanhas passadas, como “não deixe sua cor passar em branco”, que visavam valorizar e reconhecer a população preta e parda, promovendo a identificação com o movimento negro. Esses esforços contribuem para uma compreensão mais profunda da diversidade étnico-racial no Brasil.