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Por: Salmo Vieira
Foto: Divulgação/Agência Brasil
A secretária de Segurança de Quito, Carolina Andrade, aponta a ausência de um sistema de inteligência efetivo e a falta de estrutura reforçada das polícias como fatores cruciais para a onda de violência que assola o Equador. Recentemente, o país enfrentou um dia de terror com ações coordenadas, como sequestros, explosões e até a invasão de um telejornal ao vivo, evidenciando o conflito entre o governo e gangues do crime organizado.
Andrade destaca que o Equador era considerado o segundo país mais seguro da América Latina até 2017, mas a redução da participação do Estado na segurança pública e mudanças institucionais contribuíram para a atual crise. A falta de um sistema de inteligência eficiente, recursos para equipar a polícia e mudanças como a eliminação do Ministério da Justiça em 2018 são apontados como debilidades.
A secretária defende a necessidade de ações de segurança integradas, adaptadas à realidade de cada região, e critica a falta de resultados esperados nas abordagens atuais. O presidente Daniel Noboa, em resposta aos ataques, decretou estado de emergência e anunciou a construção de presídios de segurança máxima para líderes de gangues.
Carolina Andrade destaca a importância de estratégias territoriais diferenciadas, incluindo ações de curto prazo para equipar policiais e medidas de longo prazo focadas em assistência social, saúde e educação. Ela também aponta a necessidade de conter a ação dos traficantes, destacando que os portos equatorianos são utilizados para o tráfico de drogas, com estimativas de que 30% a 50% das drogas que chegam à Turquia e Grécia têm origem no país sul-americano.
Apesar da retomada gradual das atividades nas cidades após o episódio de terror, Carolina Andrade destaca que o medo ainda persiste em algumas regiões, evidenciando a complexidade da situação e a necessidade urgente de medidas abrangentes.