Por: Tatiane Braz
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No dia 8 de fevereiro, ocorreu uma operação da Polícia Federal (PF) visando o ex-presidente Jair Bolsonaro e membros de sua gestão, incluindo ministros e militares, suspeitos de formarem uma suposta organização criminosa para promover um golpe de Estado. A ação foi denominada de “Tempus Veritatis”, ou “Hora da Verdade” em tradução literal.
A operação foi desencadeada após Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, fechar um acordo de colaboração premiada com a PF. O acordo foi homologado pelo STF após ser enviado à Procuradoria-Geral da República (PGR).
Segundo as investigações, o grupo elaborou um documento com a participação de Bolsonaro, prevendo medidas contra o Poder Judiciário, incluindo a prisão de ministros da Suprema Corte. Além disso, promoveram a disseminação de notícias falsas contra o sistema eleitoral brasileiro e monitoraram o ministro do STF, Alexandre de Moraes.
Foram cumpridos 33 mandados de busca e apreensão e quatro de prisão preventiva. Os investigados estão proibidos de manter contato entre si e de deixarem o país, devendo entregar os passaportes em 24 horas. Também estão suspensos do exercício de funções públicas.
Entre os alvos estavam ex-ministros, militares de alta patente e o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, que acabou sendo preso por porte ilegal de arma durante o cumprimento do mandado.
A investigação apontou que o grupo se dividiu em seis núcleos para promover o golpe e atacar o Estado Democrático de Direito, incluindo desinformação, incitação ao golpe entre militares e coordenação de ações operacionais.
O grupo elaborou uma minuta de decreto para executar o golpe, entregue a Bolsonaro em 2022. Após algumas alterações, o texto previa a prisão de Alexandre de Moraes e a convocação de novas eleições.
Além disso, revelou-se uma reunião onde Bolsonaro pressionou a alta cúpula do governo a disseminar informações falsas sobre fraudes eleitorais e agir antes das eleições para garantir sua permanência no poder. A PF encontrou evidências de monitoramento dos deslocamentos de Moraes e mensagens sobre os ataques antidemocráticos de janeiro de 2023.