Por: Redação/PD
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A Advocacia-Geral da União (AGU) decidiu exonerar o procurador federal Adler Anaximandro de Cruz e Alves de sua função comissionada no órgão devido à sua participação na reunião ministerial com Jair Bolsonaro em 5 de julho de 2022. Nessa reunião, segundo uma investigação da Polícia Federal, discutiu-se a possibilidade de implantação de um golpe de Estado no país.
Adler, que ocupava o cargo de secretário-geral de Consultoria da AGU na época, estava presente na mesa principal, junto com seu chefe na AGU, Bruno Bianco, então no comando da Advocacia-Geral da União.
A AGU anunciou a abertura de uma instrução preliminar para investigar se houve alguma transgressão disciplinar por parte de Adler Alves, classificando a reunião como “discussões de teor golpista”. Esta investigação terá a duração de 30 dias, podendo ser prorrogada, com o objetivo de reunir elementos para eventual instauração de procedimento disciplinar.
Adler Alves, por sua vez, explicou que sua presença na reunião foi em razão de uma convocação formal e oficial recebida por meio do sistema corporativo de correio eletrônico da AGU. Ele foi designado para acompanhar Bruno Bianco devido a um cargo anterior que ocupava, de chefe da Assessoria Especial da Presidência. No entanto, a pauta da reunião acabou se estendendo para além do previsto, não permitindo a apresentação da cartilha da AGU para as eleições, como inicialmente planejado.
Adler ressaltou ainda que as manifestações de algumas autoridades na reunião não alteraram a postura constitucional e republicana que a gestão anterior da AGU sempre adotou. Ele destacou que, logo após as eleições de 2022, a AGU foi o primeiro órgão público federal a formalizar uma equipe de transição governamental, coordenada por ele mesmo, sem qualquer intercorrência na instituição. Durante sua gestão, a AGU sempre respeitou os Poderes constituídos e as instituições democráticas brasileiras, sem manifestações contrárias a esse posicionamento.