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Por: Tatiane Braz
Foto: Destaque/Agência Brasil
O embate diplomático entre Brasil e Israel ganhou destaque após o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, criticar as reações do governo israelense às declarações do presidente Lula (PT).
Em uma entrevista na noite desta terça-feira (20/2), Vieira apontou as declarações feitas pelo governo de Benjamin Netanyahu como uma tentativa de “lançar uma cortina de fumaça que encubra o real problema do massacre em curso em Gaza, onde 30 mil civis palestinos já morreram, em sua maioria mulheres e crianças, e a população submetida a deslocamento forçado e a punição coletiva”.
O ministro do Itamaraty não poupou críticas às manifestações do ministro israelense Israel Katz, chamando-as de “inaceitáveis e mentirosas”. “Uma Chancelaria dirigir-se dessa forma a um Chefe de Estado, de um país amigo, Presidente Lula, algo insólito e revoltante”, declarou Vieira. “Uma Chancelaria recorrer sistematicamente à distorção de declarações e a mentiras é ofensivo e grave.”
As tensões aumentaram quando Katz exigiu que Lula se desculpasse pelas declarações feitas no último domingo (18/2). Em uma postagem em português, o chefe da chancelaria israelense afirmou que as comparações do presidente eram “vergonha para o Brasil e um cuspe no rosto dos judeus brasileiros”. Ele ainda declarou que Lula continuará sendo persona non grata em Israel até que se desculpe.
Vieira também destacou que o embaixador israelense em Brasília e o governo de Netanyahu foram informados de que o Brasil vai reagir “com diplomacia, mas com toda a firmeza, a qualquer ataque que receber”. A entrevista ocorreu na saída da Marina da Glória, onde o ministro participava de uma reunião do G20.
Essa troca de acusações e tensões entre os dois países demonstra um momento delicado nas relações exteriores, com desafios significativos para a diplomacia e para a busca por uma resolução pacífica para os conflitos em Gaza.