Por: Redação/PD
Foto: Divulgação/Polícia Federal/TV Anhanguera
Uma operação integrada entre a Polícia Federal e a Polícia Civil resultou no desmantelamento de uma sofisticada quadrilha envolvida em tráfico de drogas internacional e interestadual. Os detalhes chocantes revelam um modus operandi meticuloso e altamente organizado, que envolvia desde a comunicação via aplicativos de mensagem até a adulteração de aeronaves para voos clandestinos em baixa altitude, evitando assim a detecção pelos radares.
Os líderes dessa operação criminosa, cujos nomes não foram divulgados, contavam com uma equipe especializada composta por 8 pilotos habilidosos, 2 líderes logísticos estratégicos, 4 responsáveis pelo abastecimento das aeronaves, 1 indivíduo encarregado do apoio financeiro e até mesmo um mecânico de aeronaves para garantir o sucesso de suas empreitadas ilegais.
A rota do tráfico iniciava-se em um laboratório na Bolívia, onde a droga era produzida, passava pelo Paraguai através de helicópteros e chegava a uma fazenda em Paraguaçu Paulista, São Paulo, utilizando-se da conhecida “rota caipira”. A partir desse ponto, a droga era distribuída por terra até chegar ao destino final em Goiás, escolhido estrategicamente pelo grupo criminoso por ser um dos estados com maior polo de manutenção de aeronaves do país, proporcionando assim uma ampla mão de obra de mecânicos e formação de pilotos.
Desde o início das investigações, 8 helicópteros foram apreendidos, sendo sete no Brasil e um na Bolívia, segundo informações da Polícia Federal. Além das aeronaves, foram confiscados veículos, armas, quantidades substanciais de drogas ilícitas, joias, dinheiro e peças de aeronaves. A polícia também descobriu a presença de bloqueadores de sinal, utilizados para dificultar a localização das aeronaves durante as operações criminosas.
A descoberta dessa quadrilha teve origem em eventos anteriores, como o desaparecimento de uma pessoa em Paraguaçu Paulista, São Paulo, no ano passado, associado ao roubo de 250 kg de cocaína. A partir daí, a investigação se desdobrou, sendo conduzida primeiramente pela Delegacia de Entorpecentes de Presidente Prudente, em São Paulo, até se tornar uma operação conjunta entre a Polícia Federal e a Polícia Civil de Goiás.
O delegado Bruno Gama, da Polícia Federal, relatou que uma das primeiras descobertas da investigação resultou na apreensão de drogas em Anicuns (GO) no ano de 2023. Nessa ocasião, a droga chegou ao município por meio de helicópteros com prefixos adulterados, estratégia usada para evitar a detecção nos radares.
“O grupo não conseguia fazer um voo direto da Bolívia para o destino final devido à limitada autonomia das aeronaves clandestinas. Por isso, eles precisavam fazer paradas no interior de São Paulo”, explicou o delegado Bruno.
Outro detalhe alarmante revelado durante a investigação é que os traficantes abasteciam as aeronaves durante o voo, transportando não apenas a droga, mas também galões de combustível para garantir o abastecimento interno durante trajetos longos.
A operação policial continua em curso, com novas descobertas e desdobramentos a cada etapa. Recentemente, em operações contra o tráfico internacional de drogas, foram apreendidos dois helicópteros no início de fevereiro, além de outros veículos utilizados pela quadrilha. A investigação também abrange a manutenção e construção clandestina de aeronaves, evidenciando a complexidade e a extensão das atividades criminosas dessa quadrilha.
Essa ação conjunta das autoridades representa um importante golpe contra o tráfico de drogas, mostrando o comprometimento das forças policiais em desmantelar organizações criminosas que atuam de forma tão sofisticada e prejudicial à sociedade.
Helicóptero avaliado em R$ 10 milhões que era usado para o tráfico internacional de drogas, em Goiânia — Foto: Divulgação/Polícia Federal