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Por: Tatiane Braz/portaldemocrata.com.br
Foto: Destaque /Marina Ramos/Câmara dos Deputados
Destino de Presidente em jogo: União Brasil decide futuro de Bivar após incêndios
A crise no União Brasil atinge seu ápice com a iminente decisão da Executiva Nacional sobre o afastamento do presidente do partido, o deputado federal Luciano Bivar (PE). O embate entre Bivar e o presidente eleito, Antonio Rueda, ganha novas dimensões após os recentes incêndios que consumiram duas casas da família Rueda em Ipojuca, no litoral sul de Pernambuco.
O partido, que detém a terceira maior bancada na Câmara com 59 deputados, e conta com uma fatia substancial do Fundo Partidário, vê-se mergulhado em uma disputa acirrada pelo controle da sigla. A situação se intensificou com a acusação dos Rueda de que os incêndios foram um “atentado motivado por questões político-partidárias”, apontando Bivar como principal suspeito.
Desde o dia 26 de fevereiro, uma série de ameaças por parte de Luciano Bivar contra Antonio Rueda tem sido relatada, incluindo uma gravação em que Bivar teria feito ameaças diretas à família de Rueda. O advogado de Rueda, Paulo Catta Preta, ressalta que estas ameaças foram comunicadas à Polícia Civil do Distrito Federal antes da convenção partidária, realizada em 29 de fevereiro, na qual os integrantes do partido decidiram, por unanimidade, que Rueda deveria assumir a presidência, com término da gestão em 31 de maio.
Bivar, por sua vez, nega veementemente qualquer envolvimento nos incêndios, chamando as acusações de “factoides”. Em evento no Palácio do Planalto, ele sugeriu que seria relevante investigar se as casas incendiadas tinham seguro contra danos e incêndios. Além disso, ele refutou as acusações de ameaças, afirmando que “homem não ameaça, homem faz”, enquanto alega ter sido vítima de um roubo por parte da esposa de Rueda.
A tensão dentro do partido se torna evidente, com membros da bancada do União Brasil na Câmara considerando levar o caso de Bivar ao Conselho de Ética da Casa. O deputado Danilo Forte (União-CE) argumenta que Bivar não tem condições de permanecer no partido devido ao seu comportamento.
Em uma coletiva de imprensa, Bivar revela ter recebido três denúncias contra Rueda, incluindo alegações de uso de um “laranja” para desvio de verbas do partido. O advogado da sigla, Raphael Souto, menciona denúncias do prefeito de Belford Roxo (RJ), Waguinho (União-RJ), e de outros políticos, referentes a supostos desvios de verbas e uso irregular do fundo partidário. Estas denúncias, segundo Souto, foram encaminhadas ao Conselho de Ética do partido.
A situação se amplifica com a entrada do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), que classifica os incêndios nas casas da família Rueda como um “crime político” e um “atentado contra o União Brasil”. Caiado afirma que o partido vai fazer uma representação junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para investigar o caso e pedir a cassação do mandato de Luciano Bivar.
Diante desses acontecimentos, o União Brasil, um dos principais partidos do país, se vê envolto em uma crise que vai além das disputas de poder internas, abrangendo acusações de ameaças, desvios de verbas e um clima de instabilidade que lança sombras sobre o futuro da legenda.