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Por: Tatiane Braz/portaldemocrata.com.br
Foto: Reprodução/Campanato/Agência Brasil
Certificados falsos de vacinação: impressos no palácio da alvorada e entregues a Bolsonaro, afirma ex-ajudante de ordens; PF indicia Bolsonaro, Cid e outros 15
Recentemente, veio à tona um caso envolvendo a suposta emissão de certificados falsos de vacinação contra a Covid-19 em nome do ex-presidente Jair Bolsonaro e de sua filha. Segundo o depoimento do ex-ajudante de ordens Mauro Barbosa Cid à Polícia Federal, ele teria emitido esses certificados falsos a pedido do próprio Bolsonaro em 2022.
Essa revelação faz parte de uma delação premiada de Mauro Cid, cujos detalhes estão sob sigilo, mas trechos foram utilizados pela PF para indiciar Bolsonaro, Cid e outras 15 pessoas por fraude em cartões de vacina.
De acordo com o relato, os certificados fraudulentos foram produzidos no Palácio da Alvorada, a residência oficial da Presidência da República, e entregues pessoalmente a Bolsonaro.
O “modus operandi” desse esquema, conforme apontado pela PF, envolvia Mauro Cid encaminhando os pedidos de fraude a Ailton Gonçalves Moraes Barros, ex-major do Exército, que por sua vez repassava os dados ao secretário de Governo de Duque de Caxias (RJ), João Carlos de Sousa Brecha.
]Este último usava suas senhas para inserir os dados falsos no Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI) do Ministério da Saúde, sem a necessidade dos cartões físicos de vacinação.
Os dados forjados eram então incorporados diretamente ao sistema do Ministério da Saúde, permitindo aos suspeitos imprimir certificados de vacinação pelo sistema oficial do ConecteSUS. Este desdobramento da investigação está em curso, com Bolsonaro, Mauro Cid e os demais indiciados enfrentando acusações relacionadas a essa fraude em certificados de vacinação.
A retirada do sigilo do relatório pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator do inquérito das milícias digitais, traz à tona detalhes preocupantes sobre o suposto envolvimento do ex-presidente e outros investigados nesse esquema fraudulento.
O desenrolar desse caso tem gerado repercussão e levantado debates sobre ética, transparência e responsabilidade no contexto da saúde pública.