Por: Redação/PD
Foto: Reprodução/Antonio Cruz/Agência Brasil
Ministra da Saúde, Nísia Trindade anuncia mudança no esquema vacinal, para crianças e adolescentes de 9 a 14 anos
Uma atualização importante na estratégia de vacinação brasileira foi anunciada pela ministra da Saúde, Nísia Trindade. Agora, a vacina contra o HPV, um vírus associado a uma parcela significativa dos casos de câncer de colo do útero, será administrada em dose única pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A recomendação abrange um grupo específico: crianças e adolescentes entre 9 e 14 anos. Entretanto, aqueles com imunossupressão e vítimas de abuso sexual, que também são elegíveis para receber a vacina gratuitamente pelo SUS, continuarão seguindo o esquema anterior de duas ou três doses.
Além disso, a ministra orientou os estados e municípios a realizarem uma busca ativa por jovens de até 19 anos que ainda não tenham recebido nenhuma dose da vacina, permitindo que possam atualizar sua imunização.
Uma novidade inclusa na nota técnica do ministério é a adição de um novo grupo no Programa Nacional de Imunizações (PNI): pessoas portadoras de papilomatose respiratória recorrente (PPR), independentemente da idade.
A decisão de adotar a dose única segue uma recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 2022. Segundo a OMS, essa estratégia pode aumentar a cobertura vacinal e facilitar a inclusão de outros grupos prioritários, auxiliando na luta contra o HPV em países de média e baixa renda.
Essa mudança reflete um amplo respaldo científico, como destaca Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), que ressalta a eficácia comprovada da dose única em vários estudos realizados ao redor do mundo.
A importância da vacinação contra o HPV não pode ser subestimada. Este vírus é responsável por uma grande proporção dos casos de câncer de colo de útero, e a vacinação é uma ferramenta essencial na luta contra essa doença. Além disso, ao vacinar também os meninos, a proteção se estende para outros tipos de câncer relacionados ao HPV, interrompendo sua cadeia de transmissão.
É um passo significativo na direção da erradicação do câncer de colo de útero e na proteção da saúde de toda a população.