Multidão reúne-se em Copacabana para defender Bolsonaro, enquanto discursos contrastantes marcam o evento
Por: Redação/PD
Foto: Destaque/Mauro Pimentel/AFP
Neste domingo (21/04), mais de 30 mil pessoas se reuniram na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, para demonstrar apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Em um discurso de aproximadamente 40 minutos, Bolsonaro enfatizou a importância da “liberdade de expressão”, sem direcionar ataques diretos ao Supremo Tribunal Federal (STF) e tomando cuidado para não infringir decisões judiciais.
O evento ocorreu em meio à recente tensão entre o ministro do STF Alexandre de Moraes e Elon Musk, proprietário do antigo Twitter. Musk foi alvo de um inquérito das fake news, conduzido por Moraes, após criticar decisões judiciais brasileiras e alegar violações do Marco Civil da Internet e da Constituição.
Bolsonaro elogiou Musk como um defensor da democracia e lamentou as restrições à liberdade de expressão. Bolsonaro negou veementemente as acusações de planejar um golpe de Estado e defendeu sua conduta dentro dos limites da Constituição. Ele atribuiu as investigações contra ele à aversão do “sistema” ao seu governo e sua defesa da liberdade de expressão. A Polícia Federal o indiciou por fraude em cartões de vacinação, mas Bolsonaro rejeitou qualquer conexão com os eventos de janeiro passado, quando ocorreram protestos contra os Três Poderes. A organização do evento foi cuidadosa para evitar problemas com a Justiça, pedindo aos participantes que não levassem faixas ou cartazes.
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, falou antes de Bolsonaro, demonstrando apoio e expressando o desejo de que eventos semelhantes ocorressem em outras cidades antes das eleições municipais. Embora o tom do evento tenha sido predominantemente eleitoreiro, evitou-se ataques diretos ao STF. Silas Malafaia, um dos organizadores, foi mais contundente em suas críticas, especialmente em relação a Moraes e ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.
O evento atraiu cerca de 32,7 mil pessoas, segundo o Monitor do Debate Político da Universidade de São Paulo (USP), representando uma diminuição em relação a manifestações anteriores, mas ainda demonstrando apoio significativo a Bolsonaro.