Por: Tatiane Braz
Foto destaque: Carmen Lúcia, ministra do STF – Reprodução/Agencia Brasil
Na última quarta-feira, a Polícia Federal iniciou uma investigação sigilosa, sob pedido do Ministério da Justiça, com o objetivo de conter a propagação de fake news durante a crise das enchentes no Rio Grande do Sul. O pedido de investigação foi direcionado ao nome do ministro do Supremo Tribunal Federal, Roberto Lewandowski, após solicitação do então ministro da Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta.
Segundo declarações do ministro da Justiça, a disseminação de informações falsas tem prejudicado gravemente as operações de resgate e segurança, colocando em risco o trabalho das autoridades, inclusive os esforços dos militares na região. “Isso é muito grave, realmente, porque as forças de segurança e de resgate estão sendo prejudicadas pelas fake news. É crime. Sobretudo quando obstrui o trabalho das autoridades. Isso está sendo devidamente apurado pela Polícia Federal. Nós estamos atentos e vamos reprimir com toda força da Lei essas notícias falsas que estão sendo veiculadas”, enfatizou Lewandowski.
As informações falsas citadas pelo ministro incluem a alegação de que o repasse do governo estadual não estaria ocorrendo, assim como supostas barragens a caminhões pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), prejudicando a distribuição de doações em todo o país.
Apesar da urgência em conter a disseminação dessas informações, o ministro ressaltou a importância de uma investigação cuidadosa antes de qualquer medida de repressão. “Precisamos primeiro investigar e depois virá a repressão. A Advocacia Geral da União (AGU) também foi acionada para fazer o trabalho na área civil e administrativa. Todas as medidas estão sendo tomadas para a volta da normalidade no Rio Grande do Sul”, afirmou.
Enquanto as autoridades trabalham para combater as fake news, o estado enfrenta sua maior tragédia já registrada. Com mais de 400 municípios atingidos e um saldo de 145 vítimas fatais, as chuvas torrenciais que começaram no dia 27 de abril deixaram mais de 2 milhões de pessoas diretamente afetadas. O cenário é de devastação e desolação, exigindo não apenas ação imediata das autoridades, mas também o apoio e solidariedade de toda a nação para a reconstrução do Rio Grande do Sul.