Por: Redação/PD
Foto: SMDHPA
Em comemoração ao Dia Mundial e Nacional de Combate à LGBTfobia, a Prefeitura de Goiânia, por meio da Secretaria dos Direitos Humanos e Políticas Afirmativas (SMDHPA), realizou debates e homenagem a todos que lutam por essa causa na cidade de Goiânia. O evento ocorreu na sexta-feira (17), no auditório da secretaria. Foram entregues certificados de honra ao mérito para personalidades e ONGs pelos serviços prestados à comunidade. Além disso, o evento contou com show performático da drag queen Giovanna.
A iniciativa destacou a importância da luta contra a LGBTfobia, garantindo que todos, independentemente de sua orientação sexual ou identidade de gênero, possam viver com dignidade e segurança. De acordo com a organização, foi um momento de celebração e apoio mútuo, onde todos puderam aproveitar livremente e de forma autêntica, em um ambiente de acolhimento e solidariedade.
Cida Garcez, secretária de Direitos Humanos, ressaltou a importância da superintendência LGBTQIAPN+ e e do compromisso da SMDHPA e da Prefeitura de Goiânia com a pauta da inclusão. “Estamos empenhados em desenvolver políticas inclusivas que garantam que todas as pessoas, de ações concretas e da mobilização social, buscamos construir uma sociedade mais justa e acolhedora para todos.”, diz.
Mais que um dia, uma história
O dia 17 de maio foi escolhido porque, nessa data, em 1990, a Organização Mundial da Saúde (OMS) retirou a homossexualidade da Classificação Internacional de Doenças (CID). Esse marco histórico possibilitou avanços significativos na luta pelos direitos civis da população LGBTQIA+.
A luta pelos direitos da comunidade LGBTQIAP+ no Brasil tem sido forte e atuante desde o final dos anos 1970. Essa mobilização influenciou a legislação nacional, resultando em um marco histórico em 1985, quando o Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (Inamps) deixou de considerar a homossexualidade uma doença, antecedendo até mesmo a decisão da OMS.
Em 2023, 230 pessoas LGBTI morreram de forma violenta no Brasil, de acordo com o dossiê publicado pelo Observatório de Mortes e Violências LGBTI+ no Brasil. Esse número corresponde a uma morte a cada 38 horas. Segundo o levantamento, dessas mortes, 184 foram assassinados, 18 foram suicídios e 28 ocorreram por outras causas, refletindo a gravidade da violência e da violação de direitos enfrentada pela comunidade LGBTI+.
Durante a entrega de certificados, sob uma salva de palmas, Camilla Borges, de 43 anos, ex-Miss Trans World e produtora do Oscar LGBT Goiás, declarou: “A vida é feita de futuro e eu estarei lá”. Sua fala, carregada de resistência, destaca a importância de nunca desistir, apesar das dificuldades enfrentadas e da baixa expectativa de vida de até 35 anos para pessoas trans. A criação de espaços seguros, políticas públicas inclusivas e o fortalecimento de redes de apoio são cruciais para assegurar que pessoas LGBTQIA+ possam viver plenamente, sem medo de retaliação. Promover a aceitação e a igualdade é fundamental para a construção de uma sociedade onde todos possam sobreviver e prosperar.
“Combater a LGBTfobia é crucial para construirmos uma sociedade mais justa. A discriminação e o preconceito contra pessoas LGBTQIA+ não só violam direitos humanos fundamentais, mas também destroem sonhos e vidas. Cada ato de combate à LGBTfobia é um passo em direção a um mundo onde todos podem viver com dignidade, segurança e respeito, independentemente de sua orientação sexual ou identidade de gênero”, finaliza Cida.
Celebração ao Dia Mundial e Nacional de Combate à LGBTfobia – Foto: SMDHPA