Por: Alex Alves
Foto: André Bernardo Rufino Pereira, preso por engano após ter documentos roubado, em Goiânia, Goiás: Reprodução/TV Anhanguera
O mecânico André Bernardo Rufino Pereira foi preso injustamente pela segunda vez, confundido com um criminoso morto que utilizou seus documentos roubados anos antes no Maranhão. Um vídeo mostra o momento da prisão, que ocorreu na quinta-feira (23), enquanto André trabalhava em Goiânia.
A defesa de André informou que ele foi detido devido a um erro da Justiça do Maranhão. Em nota, a 1ª Vara de Entorpecentes do Estado do Maranhão explicou que houve uma duplicidade no cadastro de André no Banco Nacional de Monitoramento de Prisões (BNMP). Segundo a Justiça do Maranhão, o Sistema Prisional de Aparecida de Goiânia estava ciente da duplicidade e verificou a autenticidade dos registros para evitar a prisão indevida, já que havia um alvará de soltura em favor de André.
O advogado de defesa, Humberto Vasconcelos Faustino, explicou que André foi preso pelo mesmo mandado de prisão cumprido incorretamente em 2022. A Diretoria-Geral de Polícia Penal (DGPP) confirmou que foi emitido o alvará de soltura para André, que permaneceu preso por 7 horas. Em 2022, ele ficou detido por 16 dias.
“Dessa vez conseguimos demonstrar ao Tribunal de Justiça do Maranhão que esse mandado de prisão havia sido cumprido novamente, e a servidora reconheceu que estava em duplicidade”, disse a defesa de André.
Segundo a Justiça do Maranhão, a situação excepcional foi causada pela existência de dois registros com o mesmo nome, sendo apenas um deles feito pela Justiça do estado, mas com dados incompletos.
Criminoso Morto
Em 2022, um laudo da Polícia Técnico-Científica revelou que Rômulo Sobral da Costa, o criminoso que usou os documentos de André, morreu em 2016. André foi preso pela primeira vez em 31 de janeiro de 2022, e o laudo mostrou que Rômulo foi morto em 28 de janeiro de 2016, vítima de ferimentos por arma de fogo.
Trauma
O vídeo divulgado no início da reportagem mostra André sendo revistado e colocado na viatura. Emocionado, o chefe de André lamentou a prisão. “Quando viaturas apareciam aqui, já ficávamos afetados por causa do trauma, e agora isso acontece de novo. Nem sei como ele vai lidar com isso. É uma pessoa trabalhadora, convive conosco, para mim ele é como um filho”, desabafou.
A situação evidencia falhas graves no sistema de justiça e monitoramento de prisões, causando danos significativos à vida de André Bernardo Rufino Pereira.