Por: Redação/PD
Foto:Destaque/Ricardo Stuckert
Durante visita ao Parque de Bioenergia Bonfim, em Guariba, São Paulo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que a energia verde produzida no Brasil será prioritariamente destinada ao mercado interno. A medida visa gerar empregos, renda e riqueza para a população. Lula enfatizou a posição do Brasil como líder em políticas de combustíveis renováveis e energia limpa, afirmando que o país não deve produzir hidrogênio verde apenas para exportação.
“É preciso que o mundo compreenda que este país não é pequeno. Temos uma base intelectual sólida e pesquisadores capazes de realizar qualquer coisa que outros países fazem. Mas eles precisam entender que não vamos produzir hidrogênio verde apenas para exportar,” destacou o presidente.
Lula sugeriu que investidores estrangeiros devem trazer suas operações para o Brasil para usufruir da energia verde localmente. “Se quiserem, que venham utilizar energia verde aqui, trazendo emprego e desenvolvimento para cá. Que venham produzir as máquinas deles aqui. Não adianta querer produzir aço verde na China ou na Alemanha. Venham produzir aqui”, afirmou. Ele também mencionou que promoverá a energia verde brasileira em encontros com líderes mundiais e empresários.
A declaração foi feita durante a inauguração da nova planta de produção de etanol de segunda geração do Parque de Bioenergia Bonfim. Administrada pela empresa Raízen, a unidade é a maior do mundo, com investimento de R$ 1,2 bilhão e capacidade para produzir 82 milhões de litros de etanol por ano. Dos mais de 2.500 funcionários do parque, 230 estão alocados na nova unidade.
O etanol de segunda geração se distingue por utilizar o bagaço da cana-de-açúcar, resíduo da produção de açúcar e etanol comum. Esse processo, combinado com outros ingredientes e resíduos como a palha, pode aumentar a produção em até 50% sem ampliar a área plantada, além de reduzir em até 30% a emissão de gases de efeito estufa. “Cerca de 70% dos equipamentos para o processo de transformação do E2G [etanol de segunda geração] são produzidos no Brasil. A pegada de carbono é 80% menor que a gasolina comum,” informou o Palácio do Planalto em nota.
“O mundo precisa entender que o Brasil é o país que mais pode ofertar energia verde e que, em termos de política de combustível renovável e de energia limpa, ninguém consegue competir conosco”, afirmou Lula. “Aqui em Guariba, vejo que aquele monte de bagaço de cana é capaz de produzir um combustível extraordinário que custa, no mercado exterior, o dobro do que custa o etanol. Eu fico me perguntando: o que este país está esperando para ofertar isso ao mundo?”, questionou o presidente.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, compartilhou do otimismo, lembrando que o Brasil lidera a transição energética global, com 88% de sua energia proveniente de fontes limpas e renováveis, além de possuir 11% de toda água doce do planeta, clima tropical e terra fértil. “A grande força do Brasil é sua pluralidade energética. Temos de combater a desigualdade com essa pluralidade. É fundamental transformarmos isso em emprego e renda de qualidade, em combate à desigualdade e em oportunidades. Vamos fazer isso industrializando o Brasil”, concluiu Silveira.
As declarações reforçam o compromisso do governo brasileiro em consolidar o país como um líder global em energia limpa, ao mesmo tempo em que busca fortalecer a economia interna e promover o desenvolvimento sustentável.