Por: Redação/PD
Foto destaque: Reprodução/Redes sociais
Uma professora denunciou um estudante de 14 anos à polícia depois que ele escreveu “preto não é gente” em uma folha de papel em uma escola de Orizona, na região sul de Goiás. Segundo o delegado responsável pelo caso, Kennet de Souza, o adolescente responderá por ato infracional análogo ao delito de injúria racial. Além dessa frase, o estudante teria escrito outras mensagens ofensivas.
O delegado explicou que os casos de racismo e injúria racial em Goiás têm aumentado significativamente. De acordo com o Anuário de Segurança Pública divulgado em 2023, os casos de racismo mais do que triplicaram entre 2021 e 2022, passando de 51 para 179 registros. Da mesma forma, os casos de injúria racial tiveram um aumento de cerca de 48%, indo de 576 casos em 2021 para 865 em 2022.
Joaquim Adorno, titular do Grupo Especializado no Atendimento às Vítimas de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Geacri), esclareceu que o crime de racismo é uma ofensa discriminatória contra um grupo ou coletividade, enquanto a injúria racial é a ofensa à dignidade ou ao decoro com o uso de palavras depreciativas referentes à raça, cor e origem.
A delegada adjunta do Geacri, Carolina Neves, complementou que o aumento nas denúncias de casos de racismo está relacionado à disseminação do conhecimento sobre o assunto e ao empoderamento da comunidade. “Observamos que a população vem tomando consciência sobre as mazelas históricas e sociais geradas pelo racismo estrutural e, consequentemente, reivindicando direitos”, afirmou a delegada.