Por: Redação
Foto Destaque: Reprodução
Os assassinatos de Janeferson Aparecido Mariano Gomes, conhecido como Nefo, e Reginaldo Oliveira de Sousa, o Rê, na Penitenciária Maurício Henrique Guimarães Pereira (P2), em Presidente Venceslau (SP), reforçam a suspeita de que o Primeiro Comando da Capital (PCC) tenha ordenado as execuções.
Ambos eram acusados de integrar um plano para sequestrar e matar o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) e outras autoridades de segurança pública no Brasil.
Indícios de Ordem da Cúpula do PCC
O promotor Lincoln Gakiya, integrante do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo (MPE-SP), afirmou que na P2, nenhuma ação criminosa ocorre sem a permissão ou ordem do PCC. Segundo Gakiya, os indícios apontam para uma determinação da liderança da facção, dada a importância dos dois presos dentro da organização.
“Reginaldo, o Rê, era um dos líderes de rua do PCC em São Paulo, enquanto Janeferson, o Nefo, era responsável pelo setor ‘Restrita’, encarregado de atentados e resgates,” explicou Gakiya. Ele levantou a hipótese de que as mortes poderiam ser uma “queima de arquivo” ou um “acerto de contas” interno, especialmente após desavenças entre Nefo e Patrick Ueliton Salomão, conhecido como Forjado, um alto membro da facção.
Dinâmica dos Assassinatos
Os assassinatos foram registrados pelas câmeras de monitoramento da penitenciária. As imagens mostram que Reginaldo foi atacado em um dos sanitários do pátio do pavilhão 1, que funciona como barbearia. Após a saída dos outros presos, ele foi encontrado morto com diversas perfurações no corpo e lesões aparentes de luta corporal.
Janeferson, por sua vez, foi perseguido e atacado no pátio por Jaime Paulino de Oliveira (Japonês), Luis Fernando Baron Versalli (Teo, VV, Barão e Barom), e Ronaldo Arquimedes Marinho (Saponga), enquanto Elidan Silva Ceu (Alemão e Talibam) bloqueava a rota de fuga. Ele também foi encontrado com múltiplas perfurações e marcas de luta.
Prisões e Investigações
A Polícia Civil identificou os quatro detentos envolvidos e apreendeu um canivete e um punhal de fabricação artesanal, usados nos crimes. Todos foram interrogados, mas negaram envolvimento ou permaneceram em silêncio. Os suspeitos foram presos em flagrante por homicídios duplamente qualificados, caracterizados por motivo torpe e pelo uso de recurso que dificultou a defesa das vítimas.
Continuidade das Investigações
Os corpos de Nefo e Rê passaram por exames necroscópicos no Instituto Médico Legal (IML), enquanto os suspeitos passaram por exames de corpo de delito. As investigações continuam a cargo da Central de Polícia Judiciária (CPJ) de Presidente Venceslau, que busca esclarecer completamente as motivações e dinâmicas dos homicídios.
A situação realça a complexidade e o controle exercido pelo PCC dentro das penitenciárias, além de evidenciar os riscos enfrentados por aqueles que desafiam ou desagradam a liderança da facção.