Por: Redação/PD
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O dono de uma corretora de grãos está sendo investigado pela Polícia Civil por suspeita de aplicar golpes em produtores e empresas do agronegócio de Rio Verde, no sudoeste de Goiás. Segundo as autoridades, o prejuízo das vítimas já soma cerca de R$ 30 milhões, mas pode alcançar até R$ 400 milhões se outros contratos não forem cumpridos dentro do prazo.
O advogado do corretor, Alessandro Gil, afirmou que seu cliente faliu e, por isso, não conseguiu honrar os compromissos assumidos. Além disso, explicou que o corretor fugiu devido a ameaças que vinha recebendo. “É uma questão meramente cível”, destacou.
A corretora do suspeito atuava na região há cerca de seis anos, o que lhe conferia uma imagem de confiabilidade no mercado. Conforme relatos da polícia, o homem firmava contratos e emitia cheques com prazos como forma de garantia. Posteriormente, ele recebia os grãos, mas não realizava os pagamentos devidos, causando consideráveis prejuízos às vítimas.
Em novembro do ano passado, um boletim de ocorrência foi registrado por uma empresa contra o corretor. Um funcionário relatou ter negociado, via WhatsApp, a venda de 12,5 mil sacas de soja por R$ 1,4 milhão. Apesar de o valor ter sido pago, a empresa não conseguiu retirar os grãos, que supostamente estariam armazenados em Amorinópolis, no oeste de Goiás.
Até a tarde de sexta-feira (20), nove pessoas já haviam procurado a delegacia para denunciar o corretor por situações semelhantes. O delegado responsável pela investigação, Márcio Henrique Marques de Souza, afirmou que todas as vítimas firmaram contratos com o suspeito, que desapareceu sem cumprir os acordos.
“A partir do momento em que os contratos foram vencendo, o investigado passou a dar desculpas, pedir mais prazo, até que culminou no seu desaparecimento”, explicou o delegado. Atualmente, todos os contratos relatados pelas vítimas estão vencidos, totalizando prejuízos de R$ 30 milhões. Há ainda contratos com prazos não expirados, e, se também não forem cumpridos, os danos financeiros podem chegar a R$ 400 milhões.
Algumas vítimas relataram ter recebido um e-mail do corretor na manhã de quinta-feira (20), no qual ele afirmava ter falido e estar sendo ameaçado, mas prometia retornar um dia para honrar os pagamentos. “Eu vou voltar um dia e honrar cada um de vocês e vou pagar a todos”, dizia o e-mail.
A Polícia Civil investiga a autenticidade do e-mail e já localizou o suspeito, tomando medidas para garantir que ele não desapareça. O delegado Márcio Henrique Marques de Souza enfatizou a complexidade da investigação e a dificuldade de recuperar os ativos desviados das vítimas.