Incêndios no Pantanal ameaçam saúde dos moradores e destróem biodiversidade

Avanço das chamas em Corumbá e Ladário provoca aumento de problemas respiratórios e destaca necessidade urgente de políticas públicas eficazes

Por: Redação

Foto: Joédson Alves/Agência Brasil/Arquivo

Os incêndios no Pantanal Matogrossense têm se intensificado, devastando vastas áreas de mata e causando sérios problemas de saúde aos moradores de Corumbá e Ladário. Desde o início do ano, foram detectados cerca de 3 mil focos de incêndio na região, com 661 mil hectares de mata destruídos, conforme relatório da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Os centros de saúde locais têm recebido um número crescente de pacientes relatando sintomas relacionados à inalação de fumaça, como náuseas, dificuldade para respirar, irritação nos olhos e dor de cabeça. Moradores, impossibilitados de deixar suas casas, vivem angustiados à espera de políticas públicas para resolver a crise.

A funcionária pública Iolanda Victorio da Silva Filha, de 59 anos, compartilhou com o G1 suas dificuldades diárias, mencionando que se sente no meio do incêndio mesmo dentro de seu quarto. Com a intensificação das queimadas, suas crises de asma tornaram-se frequentes, necessitando do uso diário de bombinhas e de manter o ambiente úmido, conforme orientação médica.

Imagens impactantes de vastas áreas de mata em chamas, formando verdadeiras muralhas de fogo, viralizaram nas redes sociais, trazendo à tona a gravidade do problema enfrentado pela população. A realização da tradicional festa Arraial do Banho de São João, enquanto a mata ao fundo ardia em chamas, gerou espanto e preocupação.

A seca histórica no bioma, combinada com o avanço do fogo e o clima seco, levou o governo a ampliar a contratação de brigadistas e aeronaves para ajudar no combate às chamas, além de proibir queimadas no período.

Causas e Consequências dos Incêndios

Embora raios ou reflexões de vidros possam iniciar incêndios, a maioria das queimadas na região é provocada pelo homem, visando a limpeza e renovação dos pastos. Para evitar que essas queimadas saiam de controle, é essencial o uso de técnicas de segurança, como a construção de aceiros, que são fundamentais para prevenir tragédias ambientais.

Estima-se que cerca de 300 brigadistas do IBAMA e do ICMBIO estejam atuando na linha de frente do combate aos incêndios. No início do mês, o governo anunciou a simplificação na contratação de mais profissionais para fortalecer a operação.

As queimadas trazem severas consequências, incluindo a perda da biodiversidade local, com a destruição de fauna e flora, afetando aves, répteis, mamíferos, peixes e insetos. Além disso, a fuligem e a fumaça resultantes asfixiam espécies da fauna e aumentam a emissão de gases do efeito estufa, gerando diversas doenças respiratórias em humanos. A névoa seca também traz transtornos para a aviação comercial, reduzindo a visibilidade e tornando os céus mais escuros.

As autoridades continuam a trabalhar para mitigar os danos e buscar soluções duradouras para proteger o Pantanal e seus habitantes.

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