Por: Redação
Foto: Agência Brasil
A Comissão de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial (CDHMIR) da Câmara dos Deputados aprovou, na última quarta-feira, o Projeto de Lei (PL) 7292/17. De autoria da deputada Luizianne Lins (PT-CE), a proposta classifica como crime hediondo os homicídios cometidos contra a população LGBTQIAP+ que tenham como motivação o preconceito e discriminação. A votação no colegiado resultou em 10 votos favoráveis e cinco contrários.
O projeto agora segue para análise na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJC) e, posteriormente, será debatido no Plenário da Câmara. No entanto, a deputada Chris Tonietto (PL-RJ) apresentou um requerimento para alterar a tramitação do PL, propondo que ele passe também pela Comissão de Segurança Pública antes de chegar à CCJC. Se aprovado, esse requerimento poderá retardar o andamento da proposta, que já enfrentou oposição significativa dentro da CDHMIR, especialmente de deputados do Partido Liberal.
A aprovação do PL 7292/17 na CDHMIR representa um passo significativo no combate à violência contra a população LGBTQIAP+ no Brasil. Classificar homicídios motivados por LGBTfobia como crimes hediondos pode garantir penas mais severas e reforçar a mensagem de intolerância zero contra discriminações e crimes de ódio.
Em um contexto onde a violência contra pessoas LGBTQIAP+ ainda é uma realidade alarmante, iniciativas legislativas como essa são vistas como fundamentais por ativistas e defensores dos direitos humanos. A iluminação especial do Congresso Nacional no Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAP+, em 28 de junho, simboliza um compromisso crescente com a causa.
Apesar do avanço, o projeto enfrenta desafios significativos. A inclusão da Comissão de Segurança Pública no processo de tramitação, caso aprovada, pode dificultar ainda mais a aprovação final do PL. O voto contrário na CDHMIR veio majoritariamente de deputados do Partido Liberal, sinalizando uma resistência que pode se repetir nas próximas etapas.
A deputada Luizianne Lins, autora do projeto, destacou a importância de continuar lutando por justiça e igualdade, independentemente dos obstáculos. “É essencial que o Congresso Nacional reconheça e combata a LGBTfobia com a seriedade que ela merece. Classificar esses homicídios como crimes hediondos é um passo crucial nessa direção”, afirmou Lins.
O Projeto de Lei 7292/17 representa um marco na luta contra a violência e discriminação sofrida pela população LGBTQIAP+ no Brasil. A aprovação inicial pela CDHMIR é um avanço importante, mas a tramitação ainda enfrentará desafios significativos nas próximas etapas. A mobilização de defensores dos direitos humanos e a pressão da sociedade civil serão fundamentais para garantir que essa iniciativa legislativa se torne lei e contribua para um Brasil mais justo e inclusivo.