Por: Redação
Foto: Reprodução/Câmara Municipal de Goiânia/Arquivo
O Tribunal de Justiça de Goiás condenou pela segunda vez o ex-vereador e ex-secretário municipal de Cultura, Zander Fábio, e mais três servidores do Parque Mutirama. O grupo foi acusado pelo Ministério Público de Goiás (MPGO) de desviar cerca de R$ 2,1 milhões entre 2014 e 2017. A sentença, proferida pela juíza Raquel Rocha Lemos, da 3ª Vara da Fazenda Pública, na última segunda-feira (15), torna Zander inelegível, complicando sua recente pré-candidatura a vereador.
Zander já havia sido condenado em 2020 pelo mesmo caso. Na ocasião, a juíza Placidina Pires o sentenciou a 12 anos e quatro meses de prisão, além de uma proibição de exercer cargos públicos por oito anos. O ex-secretário, que contesta a condenação, alega que está sendo vítima de perseguição política.
Os servidores do Mutirama, Dário Alves Paiva Neto, Geraldo Magela Nascimento e Larissa Carneiro de Oliveira, também foram condenados. Conforme a denúncia, o grupo utilizou suas posições para desviar dinheiro público por meio da falsificação de documentos e inserção de informações falsas em relatórios financeiros.
A juíza determinou que Zander, Dário e Geraldo devolvam R$ 717.152,70 cada um, enquanto Larissa deve devolver R$ 30 mil. Além disso, os quatro estão proibidos de contratar com o poder público ou receber benefícios fiscais por três anos e serão inscritos no Cadastro Nacional de Condenados por Ato de Improbidade Administrativa do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Segundo a decisão judicial, ficou comprovado que houve desvio de dinheiro na venda de ingressos do Parque Mutirama. A juíza Raquel Rocha Lemos destacou que documentos e depoimentos coletados no inquérito civil, juntamente com a análise contábil do MPGO, indicam a prática de atos de improbidade administrativa.
“Os documentos juntados, mormente os depoimentos contidos no inquérito civil, os borderôs de entrega de ingressos, onde se apurava a entrada de dinheiro pela venda de ingressos, bem como a apuração contábil realizada pela Superintendência de Planejamento e Gestão do Ministério Público Estadual, vê-se fortes indícios de dolo”, afirmou a juíza em sua decisão.
A nova condenação de Zander Fábio ocorre em um momento delicado, já que ele havia recentemente deixado seu cargo de secretário para se candidatar a vereador nas próximas eleições. Com a decisão judicial, sua inelegibilidade pode afetar diretamente seus planos políticos, intensificando o debate sobre corrupção e má gestão de recursos públicos.