Por: Redação
Foto Destaque: Reprodução/Agência Brasil
Em um evento marcado pela solenidade e pelo peso das palavras, o comandante do Exército, general Tomás Paiva, fez um apelo enfático por mais recursos para as Forças Armadas na presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A cerimônia, realizada nesta quinta-feira (22), em Brasília, em frente ao Quartel-General do Exército, marcou as comemorações do Dia do Soldado e reuniu autoridades civis e militares.
Durante seu discurso, Paiva ressaltou a importância da carreira militar e apontou as dificuldades enfrentadas pela corporação devido às restrições orçamentárias. “Mantemos nosso compromisso inabalável com a defesa do país, apesar dos desafios impostos pelas limitações financeiras,” afirmou o general, lembrando que a necessidade de novos equipamentos, como helicópteros, blindados e mísseis, permanece crítica.
A fala do comandante ocorre em um momento delicado para o governo, que tem discutido cortes no orçamento de 2025. Recentemente, o Ministério da Defesa sofreu uma redução de R$ 675,7 milhões como parte de um esforço mais amplo para alcançar o equilíbrio fiscal. Paiva, que já havia feito críticas semelhantes em outras ocasiões, reforçou a urgência de investimentos para manter a operacionalidade e prontidão das Forças Armadas.
O presidente Lula, que não discursou na cerimônia, entregou medalhas a atletas que se destacaram na Olimpíada de Paris, mas permaneceu em silêncio sobre as reivindicações feitas pelo comandante. A ausência de uma resposta pública por parte do chefe do Executivo contrasta com a crescente pressão por parte dos militares, que buscam evitar novos cortes no próximo ano.
Além das questões orçamentárias, o general Paiva abordou a crescente participação feminina nas Forças Armadas. Ele mencionou que o Ministério da Defesa estuda permitir o alistamento voluntário de mulheres a partir dos 18 anos, o que representaria um avanço significativo na inclusão feminina em funções de combate.
A cerimônia também contou com a presença do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, e de outros membros do Judiciário, reforçando a importância do evento no calendário militar e político do país.
Com as discussões sobre o orçamento de 2025 ainda em andamento, o futuro das Forças Armadas e os investimentos necessários para sua manutenção continuarão sendo temas centrais na relação entre o governo e os militares.