Delator foi morto com tiro de fuzil em Guarulhos; denúncia envolvia ameaças e movimentações milionárias da facção
O empresário Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, de 38 anos, foi brutalmente assassinado na área de desembarque do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. O crime ocorreu pouco tempo depois de ele firmar um acordo de delação premiada com o Ministério Público de São Paulo (MPSP), no qual detalhou esquemas de lavagem de dinheiro e ameaças proferidas por líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC).
Denúncias Explosivas
Em seus depoimentos, Gritzbach revelou seu envolvimento em operações financeiras ilícitas para membros influentes do PCC, incluindo Anselmo Santa Fausta, o “Cara Preta”, e Claudio Marcos de Almeida, conhecido como “Django”. Ele apontou que ambos tinham conexões com a empresa de transporte UpBus, atualmente sob investigação por suspeita de servir como fachada para atividades criminosas.
Gritzbach também admitiu ter intermediado a recuperação de R$ 27 milhões em bitcoins, que foram entregues à facção. Apesar disso, membros do grupo confiscaram bens de luxo do empresário, como uma Ferrari, e o pressionaram por mais valores.
Ameaças de Morte
Antes de sua prisão e posterior acordo de delação, Gritzbach foi ameaçado de forma explícita durante uma reunião no Tatuapé, zona leste de São Paulo. Segundo ele, integrantes da facção, incluindo Django, chegaram a usar luvas cirúrgicas durante o encontro, sugerindo que a execução poderia ocorrer ali mesmo. O empresário relatou que, posteriormente, homens armados foram à sua residência para cobrar uma dívida milionária em criptomoedas.
Outro nome envolvido nas denúncias é o do agente de futebol Danilo Lima de Oliveira, conhecido como “Tripa”. Ele teria ficado com uma chave de acesso digital avaliada em cerca de US$ 100 milhões.
Impacto no Combate ao Crime Organizado
A morte de Gritzbach expõe a profundidade da infiltração do PCC em operações financeiras e sua capacidade de intimidar delatores. O episódio destaca os desafios enfrentados pelas autoridades para proteger aqueles que colaboram com a justiça em casos que envolvem o crime organizado. O caso segue em investigação, enquanto o MPSP busca intensificar medidas para desmantelar as operações financeiras da facção.
Por: Redação
Foto: Reprodução/Câmara Record