Áudio entregue ao MP-SP expõe negociação de pagamento milionário; empresário já havia delatado esquema envolvendo facção criminosa e corrupção policial
Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, empresário de 38 anos assassinado na última sexta-feira no Aeroporto de Guarulhos, havia fornecido ao Ministério Público de São Paulo (MP-SP) uma gravação reveladora. No áudio, entregue ao Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) após um acordo de delação premiada, é possível ouvir a negociação de R$ 3 milhões para seu assassinato, envolvendo suspeitos com ligação ao PCC e a uma empresa de transporte coletivo de São Paulo.
Gravação e Acusações
O empresário gravou a conversa em seu escritório, com a ajuda de um policial civil. Durante o diálogo, via viva-voz, um interlocutor, supostamente ligado ao PCC, mencionou o valor “três” — referindo-se a R$ 3 milhões — como o preço acertado para matá-lo. Esse material foi peça-chave no acordo de delação, homologado pela Justiça em abril deste ano.
Além das acusações contra membros da facção criminosa, Vinícius apontou o envolvimento de policiais civis em esquemas de corrupção e recebimento de propina. Após a delação, as ameaças contra sua vida se intensificaram.
Conflitos e Rivalidades
A motivação das ameaças remonta a um antigo desentendimento com o traficante Anselmo Becheli Santa Fausta, conhecido como “Cara Preta”, e seu aliado, Antônio Corona Neto, o “Sem Sangue”. Ambos foram assassinados em 2021, mas as rivalidades deixaram marcas que culminaram na execução de Vinícius.
O caso segue sob investigação do MP-SP e levanta questões sobre o envolvimento de autoridades com o crime organizado, além de evidenciar a brutalidade e o alcance das operações do PCC.
Por: Redação
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