Presidente do Azerbaijão defende exploração de petróleo e gás, enquanto ONU alerta para metas climáticas em risco
A COP29, realizada em Baku, começou com um embate sobre o futuro dos combustíveis fósseis. Ilham Aliyev, presidente do Azerbaijão e anfitrião do evento, destacou em seu discurso de abertura a importância da exploração de petróleo e gás, que chamou de “dádivas divinas”. Para Aliyev, essas fontes de energia continuam essenciais para a economia global. “Recursos como petróleo e gás são fundamentais e não devem ser demonizados. O mundo ainda depende deles”, afirmou, gerando controvérsias entre representantes de outros países.
Fundo para perdas e danos: Um primeiro passo
Outro tema de destaque foi o anúncio da criação de um fundo destinado a apoiar nações em desenvolvimento afetadas por desastres climáticos. Com um aporte inicial de US$ 722 milhões, o fundo visa ajudar esses países a se reconstruírem após eventos extremos, como ciclones e enchentes.
Apesar do avanço, o secretário-geral da ONU, António Guterres, criticou o valor como insuficiente. “Esse montante cobre apenas uma fração das necessidades reais. Para eventos como o furacão Yagi no Vietnã, os custos ultrapassam em muito esse valor”, destacou Guterres, pedindo maior compromisso financeiro das nações mais ricas, historicamente responsáveis por grande parte das emissões.
Recorde de emissões e desafios globais
Em paralelo, o Projeto Global de Carbono divulgou um novo recorde nas emissões globais de CO₂, que atingiram 37,4 bilhões de toneladas em 2024, um aumento de 0,8% em relação ao ano anterior. O uso de carvão, petróleo e gás segue como o maior responsável, com destaque para o crescimento das emissões na China e Índia.
Especialistas alertam que, embora alguns países tenham conseguido reduzir suas emissões, como os EUA, o ritmo de declínio global ainda está muito aquém do necessário para conter o aquecimento global dentro dos limites estabelecidos pelo Acordo de Paris. “Precisamos de ações mais ambiciosas e coordenadas para evitar consequências climáticas catastróficas”, alertam cientistas.
A COP29 segue com debates intensos sobre como equilibrar a transição energética e as necessidades econômicas globais.
Por: Redação PD
Foto: AFP