Plano incluía execuções de lideranças eleitas e foi confirmado por documentos e delações
Um plano para executar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) foi discutido em 12 de novembro de 2022 na casa do general Braga Netto, conforme apontam investigações da Polícia Federal. A conspiração veio à tona após o depoimento de Mauro Cid, ex-assessor de Jair Bolsonaro (PL), e a apreensão de documentos com o general de brigada Mario Fernandes, preso nesta terça-feira (19).
De acordo com a PF, Braga Netto estava presente na reunião, assim como Mauro Cid, e os majores Hélio Ferreira Lima e Rafael de Oliveira, ambos também presos sob suspeita de participação no plano. O esquema previa o assassinato de Lula e Alckmin em 15 de dezembro, antes da posse oficial.
Após o encontro, o major Oliveira enviou a Mauro Cid um documento nomeado “Copa 2022”. O arquivo continha detalhes sobre a logística e o orçamento necessários para executar o plano, que incluía a atuação de uma tropa de elite do Exército, conhecida como “kids pretos”, composta por militares experientes.
Além das lideranças eleitas, o plano abrangia a execução do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator de diversos processos envolvendo Jair Bolsonaro. A PF destacou que o monitoramento de Moraes começou logo após a reunião de novembro.
As investigações continuam em andamento, com a análise de novos documentos e depoimentos. A revelação do esquema lança luz sobre a profundidade das ameaças contra o sistema democrático brasileiro durante a transição de governo.
A operação da PF busca esclarecer todos os detalhes da conspiração e garantir que os envolvidos sejam responsabilizados, reforçando a segurança institucional do país.
Por: Redação
Foto: André Dusek/Estadão Conteúdo