Imprensa internacional alerta sobre riscos à democracia no Brasil e traça paralelos com crises globais
O indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outras 36 pessoas, acusado de envolvimento em uma tentativa de golpe de estado, foi amplamente repercutido pela imprensa mundial nesta quinta-feira (21). Segundo a Polícia Federal, a ação criminosa ocorreu em 2022 e tinha como objetivo manter Bolsonaro no poder de forma ilegal.
Entre os indiciados estão nomes de destaque como os ex-ministros Paulo Sérgio Nogueira, Braga Netto e Augusto Heleno, apontados como integrantes do suposto esquema.
Repercussão internacional
Nos Estados Unidos, o New York Times enfatizou que o caso intensifica os desafios legais de Bolsonaro e evidencia os esforços para enfraquecer a democracia brasileira. O veículo destacou a campanha do ex-presidente contra as urnas eletrônicas, descrita como uma tentativa de “deslegitimar o processo eleitoral”.
O El País da Espanha relembrou o comportamento autoritário de Bolsonaro durante seu mandato, classificando suas ações como constantes ameaças ao sistema democrático.
Enquanto isso, Le Monde, da França, citou as acusações de Bolsonaro contra o ministro Alexandre de Moraes e ressaltou as tensões crescentes durante o período eleitoral de 2022.
Comparações com outros episódios globais
A CNN americana traçou paralelos entre os ataques às instituições em Brasília e a invasão do Capitólio por apoiadores de Trump, alertando para os impactos globais de movimentos antidemocráticos. Já o britânico The Guardian recordou episódios como o atentado à bomba em Brasília, destacando que “o extremismo ainda é uma ameaça à governabilidade de Lula”.
Na Argentina, o La Nación apontou que a investigação pode ser decisiva para o futuro político de Bolsonaro. Já o francês Le Figaro trouxe informações sobre o plano “Adaga Verde e Amarela”, supostamente criado para assassinar o presidente Lula, que foi revelado em recentes operações da Polícia Federal.
A cobertura internacional sublinha a gravidade do caso e reforça os desafios que o Brasil enfrenta para consolidar sua democracia frente às ameaças.
Por: Redação
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