Ex-presidente classifica acusações como absurdas e critica condução de inquérito pela Polícia Federal
O ex-presidente Jair Bolsonaro negou categoricamente as acusações de que teria articulado um golpe de Estado, alegando que essas suspeitas são “uma loucura”. Em entrevista concedida ao desembarcar em Brasília na noite desta segunda-feira (25), Bolsonaro afirmou que sempre pautou suas ações dentro dos limites constitucionais e considerou as acusações “gravíssimas”.
Inquérito sob crítica
Bolsonaro direcionou críticas à condução das investigações pela Polícia Federal, destacando a ausência do Ministério Público no processo. Segundo ele, o modelo adotado centraliza poder em uma única autoridade: “O mesmo órgão investiga, acusa e conclui. Isso não é justiça, é perseguição”. Ele também destacou que um golpe seria logisticamente impossível: “Não se dá um golpe com um general da reserva e alguns oficiais. Isso é fantasia.”
Defesa pede maior envolvimento da PGR
O advogado do ex-presidente, Paulo Amador da Cunha Bueno, também se pronunciou, cobrando uma participação mais ativa da Procuradoria-Geral da República (PGR) no caso. Ele manifestou confiança no procurador Paulo Gonet e criticou a antiga gestão do Ministério Público Federal por ignorar pedidos de arquivamento em inquéritos contra Bolsonaro.
Compromisso com a Constituição
Bolsonaro reafirmou que jamais cogitou qualquer ação fora da legalidade, enfatizando os danos que uma medida extrema causaria ao país: “Imagine que eu cometesse uma loucura dessas: o Brasil no dia seguinte seria isolado, o caos seria instaurado. Isso nunca esteve nos meus planos.”
O ex-presidente concluiu mencionando que, embora tenha estudado saídas constitucionais para atender às insatisfações populares, jamais cogitou envolver as Forças Armadas em qualquer tipo de ação golpista. “Sou alvo de perseguição constante, mas sigo convicto de que nunca traí os princípios da democracia.”
As declarações vêm em meio a um contexto de crescente atenção sobre as investigações conduzidas pela Polícia Federal, colocando novamente Bolsonaro no centro das discussões políticas nacionais.
Por: Redação
Foto: Minervino Júnior/CB