Paulo Antônio de Souza Júnior, preso e deportado, terá pedido de revisão criminal apresentado pela defesa
O ex-policial militar Paulo Antônio de Souza Júnior, condenado a mais de 21 anos de prisão pelo assassinato de um adolescente em Goiás, foi preso nos Estados Unidos e deportado para o Brasil. Foragido desde outubro de 2023, ele vivia no exterior como caminhoneiro, recebendo cerca de 28 mil dólares mensais.
O crime e a condenação
O caso ocorreu em abril de 2017, quando Paulo Antônio e outros dois policiais invadiram a residência de Robertinho, um adolescente de 15 anos, em Goiânia. À paisana, os agentes desligaram o relógio de energia da casa, assustando o pai do jovem, que reagiu com um disparo de advertência. Em resposta, os policiais efetuaram mais de dez tiros contra o imóvel.
Robertinho foi atingido e morreu no local. Seu pai, Roberto Lourenço, também baleado, sobreviveu, mas carrega sequelas dos disparos. Os policiais alegaram legítima defesa, mas, em 2023, foram condenados em júri popular. Paulo Antônio recebeu a pena mais dura, enquanto os outros dois agentes, Rogério Rangel e Cláudio Henrique da Silva, foram sentenciados a pouco mais de 10 anos cada.
Fuga e vida nos EUA
Paulo Antônio fugiu de um presídio em Goiânia durante um expediente administrativo e viveu quase um ano nos Estados Unidos. Trabalhando como caminhoneiro, ele morava com sua família em uma casa alugada. Sua captura foi realizada em julho de 2024 por uma agência americana que atua contra imigrantes irregulares.
Defesa questiona sentença
Após sua chegada ao Brasil, no último dia 22 de novembro, o advogado de defesa, Paulo Roberto Borges, pediu uma revisão criminal. Ele alega que a pena foi desproporcional e que faltam provas para sustentar a condenação. A defesa também solicita que o ex-policial cumpra a sentença em um batalhão da PM em Goiás, devido à sua condição de ex-agente da corporação.
“O caso foi uma tragédia, não um ato criminoso deliberado. Paulo sempre trabalhou em defesa da sociedade, e consideramos a condenação injusta”, argumentou o advogado.
Debates sobre violência policial
O caso reacendeu discussões sobre violência policial e a responsabilização de agentes de segurança pública no Brasil. A comunidade local ainda se lembra com pesar do trágico desfecho e aguarda os desdobramentos legais que envolvem o pedido de revisão da sentença.
Por: Redação
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