Promotores identificam irregularidades em contratos e apontam agravamento da crise na saúde pública da capital
Três integrantes da alta gestão da Secretaria de Saúde de Goiânia foram presos nesta quarta-feira (27) durante a operação do Ministério Público de Goiás (MP-GO). Eles são suspeitos de envolvimento em fraudes contratuais e práticas ilegais que teriam contribuído para a atual crise no sistema de saúde da cidade.
Presos na operação:
- Wilson Modesto Pollara: secretário municipal de Saúde;
- Bruno Vianna Primo: diretor financeiro do Fundo Municipal de Saúde;
- Quesede Ayres Henrique: secretário executivo da pasta.
Em nota oficial, a Prefeitura de Goiânia informou que está cooperando integralmente com as investigações conduzidas pelo MP-GO.
Esquema investigado
As investigações apontam que os gestores favoreceram determinados contratos ao ignorarem a ordem cronológica de pagamentos e concederam vantagens indevidas, resultando em perdas para os cofres públicos. Durante a ação, os promotores encontraram R$ 20.085,00 em espécie na posse de um dos investigados.
Consequências na saúde pública
O MP-GO também revelou que as práticas irregulares impactaram repasses financeiros para instituições importantes, como a Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc). A fundação acumula dívidas de R$ 121,8 milhões e precisou suspender atendimentos em maternidades de referência, como Dona Íris e Nascer Cidadão, restringindo-se a procedimentos eletivos.
Além disso, a rede pública de saúde sofre com falta de insumos, paralisação de serviços essenciais e escassez de leitos de UTI. Nos últimos meses, ocorreram óbitos de pacientes que aguardavam atendimento, refletindo a gravidade da situação.
Próximos passos
O MP-GO dará continuidade às apurações, buscando esclarecer o alcance das fraudes e responsabilizar os envolvidos. Enquanto isso, a saúde pública em Goiânia permanece em estado crítico, com crescente pressão para ações urgentes que possam reverter os danos causados à população.
Por: Redação
Foto: Reprodução/Prefeitura de Goiânia, Redes Sociais e Carlos Costa