Ex-presidente teria preparado exfiltração em caso de intervenção do STF
A Polícia Federal (PF) descobriu um plano detalhado elaborado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, em março de 2021, para escapar do país caso o Supremo Tribunal Federal (STF) tomasse medidas contra seu governo ou cassasse sua chapa. O esquema, que envolvia técnicas militares e armamentos, foi revelado por meio de um relatório sigiloso autorizado pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF.
Estratégia de fuga
O plano, encontrado em arquivos do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, descrevia ações em três fases:
- Proteção estratégica: reforço da segurança nos Palácios do Planalto e da Alvorada com apoio de militares do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).
- Estrutura tática: organização de uma rede chamada “Etta Estrg” para evitar qualquer intervenção externa.
- Fuga coordenada: uso de uma estrutura de apoio, denominada “Rafe/Lafe,” para viabilizar sua saída do Brasil.
Embora não executado em 2021, o plano foi ajustado no fim de 2022, quando Bolsonaro deixou o Brasil após não conseguir apoio das Forças Armadas para um golpe de Estado.
Investigações e implicações
A PF aponta que Bolsonaro e 25 militares participaram de articulações para uma tentativa de golpe, resultando no indiciamento de 37 pessoas. O ex-presidente teria planejado sua fuga para evitar uma eventual prisão, enquanto aguardava os desdobramentos dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
O relatório evidencia o envolvimento direto de Bolsonaro em estratégias para resistir à Justiça e lança luz sobre as conexões militares em torno de sua base de apoio, ampliando o impacto político e jurídico das investigações.
Por: Redação
Foto: Fátima Meira/ESTADÃO CONTEÚDO