Wilson Pollara, de 75 anos, sofre crise de saúde e defesa reforça pedido de prisão domiciliar
Neste domingo (1º), Wilson Pollara, ex-secretário de Saúde de Goiânia, foi levado ao Centro Integrado de Atenção Médico Sanitária (Ciams) Novo Horizonte após relatar fortes dores no peito durante sua detenção temporária. Aos 75 anos, Pollara passou por uma bateria de exames para avaliar o quadro clínico, agravado por doenças pré-existentes, como hipertensão, problemas cardíacos e sequelas de tratamentos contra o câncer.
Pedido de prisão domiciliar
A defesa de Pollara, representada pelo advogado Thiago Peres, apresentou novo habeas corpus no domingo, solicitando a substituição da prisão por medidas alternativas, alegando que o estado de saúde do ex-secretário é incompatível com o regime carcerário. “Estamos lidando com um idoso em situação delicada, com riscos sérios à sua vida se mantido na prisão”, afirmou Peres.
Pollara foi visto sendo transportado em uma ambulância do Samu, trajando roupas hospitalares, o que reforçou a gravidade de sua condição. Segundo o advogado, a permanência no presídio ameaça diretamente sua integridade física.
Operação e acusações
O ex-secretário foi preso em 27 de novembro, no âmbito de uma operação do Ministério Público de Goiás que apura desvios milionários na Secretaria de Saúde de Goiânia. As investigações apontam a existência de pagamentos não registrados a fornecedores e atrasos significativos nos repasses a fundações responsáveis por maternidades municipais, totalizando mais de R$ 121 milhões em dívidas acumuladas.
Além de Pollara, foram detidos o secretário executivo Quesede Ayres e o diretor financeiro Bruno Vianna. As autoridades investigam irregularidades graves na administração de recursos públicos, classificando o esquema como “um modelo sistêmico de corrupção”.
Prefeitura e andamento do caso
Em nota, a Prefeitura de Goiânia reafirmou sua colaboração com as investigações e o compromisso com a transparência na gestão pública. O Ministério Público avalia os novos argumentos apresentados pela defesa, mas, até o momento, a prisão temporária de Pollara está mantida, com previsão de término em 6 de dezembro.
O caso levanta questionamentos sobre o equilíbrio entre o cumprimento da justiça e a preservação dos direitos humanos, especialmente em situações envolvendo pessoas em condições de saúde vulneráveis.
Por: Redação
Foto: Reprodução/Arquivo pessoal