Falta de insumos, crise administrativa e prisão de gestores agravam colapso no sistema de saúde da capital
O Ministério Público de Goiás (MPGO) formalizou um pedido de intervenção estadual na gestão da Saúde de Goiânia, destacando um cenário de colapso administrativo que ameaça o atendimento básico à população. Entre os problemas relatados estão a falta de medicamentos, atrasos no pagamento de salários, estruturas precárias e o descumprimento de decisões judiciais.
O procurador-geral de Justiça, Cyro Terra Peres, enfatizou a gravidade da situação, classificando a intervenção como uma medida emergencial para garantir direitos fundamentais. “A situação atual coloca vidas em risco e exige uma resposta imediata. A omissão não é uma opção”, afirmou.
O pedido foi protocolado no Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO) e detalha falhas críticas na gestão, agravadas pela recente prisão do secretário municipal de Saúde, Wilson Pollara, e de dois gestores, acusados de desvios financeiros que somam mais de R$ 120 milhões.
Com as prisões e a renúncia da substituta Cynara Mathias, a Secretaria de Saúde ficou sem liderança efetiva, aprofundando o caos administrativo. Hospitais e maternidades administrados por organizações terceirizadas enfrentam paralisações, enquanto os pacientes sofrem com a falta de serviços básicos.
O Sindicato dos Médicos de Goiás (Simego) anunciou uma greve de 72 horas para exigir a regularização de salários atrasados e melhores condições de trabalho. Em paralelo, a Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO) montou gabinetes de crise para redistribuir recursos e minimizar os impactos imediatos.
De acordo com Rasível Santos, secretário estadual de Saúde, o número de leitos de UTI em Goiânia caiu de 186 para 118 nos últimos dois anos. Enquanto isso, a rede estadual ampliou sua capacidade em 171% desde 2018. Santos atribui a crise à falta de planejamento e credibilidade da administração municipal.
“Os atrasos nos repasses inflacionam o mercado da saúde e dificultam a ampliação de leitos. Além disso, a precariedade na atenção primária transforma casos simples em situações críticas, sobrecarregando os serviços de alta complexidade”, explicou o secretário.
O TJGO deve analisar o pedido de intervenção nas próximas semanas, enquanto o gabinete de crise da SES-GO tenta manter o funcionamento mínimo das unidades de saúde. Especialistas destacam que, além de ações emergenciais, serão necessárias reformas estruturais para reverter os impactos da crise.
A gestão do prefeito eleito, Sandro Mabel, que assume em janeiro de 2025, terá o desafio de implementar mudanças capazes de restaurar a credibilidade e a eficiência da Saúde em Goiânia, em um contexto de pressão crescente por soluções imediatas e estruturais.
Nota – Intervenção na Saúde
O prefeito eleito de Goiânia, Sandro Mabel (União Brasil), considera que a intervenção solicitada pelo Ministério Público Estadual na Secretaria Municipal de Saúde é essencial para impedir que a crise atual se agrave ainda mais.
Sandro Mabel afirma que a medida possibilitará a criação de um gabinete de crise, liderado pela Secretaria de Saúde do Estado, em colaboração com as superintendências municipais. O objetivo é que, em conjunto, sejam tomadas decisões assertivas sobre prioridades e pagamentos.
O prefeito eleito reforça que sua principal preocupação é com as pessoas. Ele acredita que todas as ações voltadas para atenuar a crise da saúde em Goiânia são não apenas bem-vindas, mas indispensáveis. Nesse sentido, tem trabalhado para assegurar tanto o pleno funcionamento quanto o abastecimento das unidades de saúde da capital.
Por: Redação
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