Soldado permanece detido por decisão do TJM, com fortes indícios de lesão corporal dolosa e outros crimes
O soldado da Polícia Militar Luan Felipe Alves Pereira teve sua prisão preventiva mantida em audiência de custódia realizada na quinta-feira (5), no Tribunal de Justiça Militar (TJM). Ele é acusado de arremessar o entregador Marcelo Barbosa Amaral, de 25 anos, de uma ponte na zona sul de São Paulo durante uma abordagem policial na madrugada de segunda-feira (2).
Sessão marcada por emoção e decisão rigorosa
Durante a audiência, o soldado chorou visivelmente e utilizou a camiseta do uniforme do presídio militar Romão Gomes, onde está detido, para enxugar as lágrimas. Apesar da defesa alegar que a prisão preventiva é desnecessária, o juiz substituto Fabrício Alonso Martinez Della Paschoa destacou a gravidade dos atos e apontou “fortes indícios” de lesão corporal dolosa, peculato e prevaricação, justificando a continuidade da detenção.
Investigação e dinâmica dos acontecimentos
O caso ganhou repercussão após a divulgação de um vídeo que mostra Luan jogando Marcelo da ponte. A gravação, somada às imagens das câmeras corporais dos policiais, foi crucial para a investigação. Segundo depoimento do acusado, a intenção era apenas “levantar a vítima do chão”, versão que foi rejeitada tanto pela Corregedoria da PM quanto pelo magistrado.
Além disso, o relatório inicial da PM omitiu informações sobre o entregador jogado da ponte, relatando apenas uma perseguição a motociclistas em um baile funk. A Secretaria de Segurança Pública confirmou que o caso não foi devidamente apresentado à Polícia Civil.
Defesa e repercussão pública
O advogado de defesa, Wanderley Alves, classificou a decisão como uma “resposta ao clamor social” e reforçou que seu cliente tem residência fixa e não oferece risco de fuga. No entanto, o juiz afirmou que os atos praticados contradizem diretamente a missão policial de proteger vidas, justificando a manutenção da prisão preventiva.
Luan Felipe permanecerá no presídio militar Romão Gomes enquanto as investigações prosseguem. O caso levanta novos debates sobre a conduta policial e a necessidade de maior rigor na fiscalização de abusos durante abordagens.
Por: Tatiane Braz
Foto: Reprodução