Especialistas criticam medida que pode dificultar o controle do diabetes no Brasil
A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) emitiu, nesta sexta-feira (6), parecer contrário à adoção do sistema flash de monitoramento de glicose no Sistema Único de Saúde (SUS). A decisão, anunciada durante a 136ª reunião extraordinária da comissão, foi recebida com críticas por especialistas, que destacam os benefícios da tecnologia para pacientes com diabetes mellitus tipos 1 e 2.
O sensor flash é um dispositivo que mede continuamente os níveis de glicose no sangue, substituindo as dolorosas picadas nos dedos. Fixado na pele, ele oferece leituras em tempo real e ajuda a evitar complicações graves, como crises de hipoglicemia e hiperglicemia, além de reduzir o risco de complicações crônicas.
Embora a Conitec tenha decidido pela “não incorporação” do sistema ao SUS, os motivos não foram detalhados na reunião. A comissão informou que a justificativa será apresentada em um relatório técnico a ser divulgado nos próximos dias.
Especialistas apontam que o custo inicial da tecnologia pode ter influenciado a decisão, mas destacam que o investimento no monitoramento contínuo pode resultar em economia a longo prazo.
A decisão impacta diretamente milhões de brasileiros que dependem do SUS para gerenciar o diabetes. Organizações de pacientes já se mobilizam para pressionar por uma revisão do parecer.
Com a divulgação do relatório técnico, será aberta uma consulta pública, permitindo que médicos, pacientes e entidades de saúde se manifestem sobre a decisão. A pressão popular e o embasamento técnico poderão influenciar futuras discussões na Conitec.
A exclusão do sensor do SUS reacende o debate sobre a equidade no acesso a tecnologias de saúde no Brasil, em um contexto onde doenças crônicas, como o diabetes, demandam estratégias mais eficazes e acessíveis para serem enfrentadas.
Por: Redação
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