Tentativa de conter alta teve efeito breve; cenário fiscal e incertezas externas mantêm pressão sobre o câmbio
O dólar fechou em alta nesta segunda-feira (16), atingindo um recorde de R$ 6,09, mesmo após o Banco Central (BC) intervir com a venda de US$ 3 bilhões. A valorização de quase 1% foi a terceira consecutiva, refletindo a desvalorização do real em um contexto de incertezas fiscais e pressão externa.
O leilão realizado pelo BC entre 10h20 e 10h25 chegou a reduzir a cotação para R$ 6,02, mas o efeito foi temporário, e a moeda voltou a subir ao longo do dia. Essa foi a terceira intervenção do Banco Central no câmbio em menos de uma semana, com operações acumulando US$ 7,845 bilhões.
Especialistas atribuem a alta do dólar a fatores internos, como preocupações com o equilíbrio fiscal, e externos, incluindo a busca por segurança dos investidores em ativos dolarizados. Mesmo com o Índice do Dólar (DXY) registrando queda de 0,14%, o real sofreu mais que outras moedas emergentes, sinalizando fragilidades domésticas.
A persistente valorização do dólar já levou economistas a reverem suas projeções para a taxa Selic e o desempenho econômico do Brasil. A continuidade da pressão cambial poderá influenciar decisões futuras do Banco Central, que busca equilibrar a inflação e a estabilidade econômica em um cenário desafiador.
Por: Redação
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