Ueslei Abreu relata ter sido agredido e algemado após questionar ação policial; caso está sob investigação
Ueslei Abreu, um administrador de 34 anos, denunciou ter sido vítima de racismo e agressão por policiais militares durante uma abordagem na madrugada da última segunda-feira (9), em Santos, no litoral de São Paulo. Ele afirma que, enquanto passeava com seus dois gatos de estimação, foi abordado de forma violenta e levado algemado à delegacia ao questionar a ação dos agentes.
O incidente aconteceu em frente a uma farmácia no bairro do Gonzaga, onde Ueslei aguardava sentado. Segundo ele, a abordagem começou sem justificativa e escalou quando pediu explicações. “Levei um tapa no rosto e fui arrastado até a delegacia. Meus gatos ficaram o tempo todo na mochila”, relatou.
Os policiais alegam que foram acionados pelo disparo do alarme da farmácia e encontraram Ueslei próximo ao local. No boletim de ocorrência, afirmaram que ele desobedeceu ordens, os ofendeu verbalmente e acusou-os de racismo.
A advogada de Ueslei, Anna Fernandes, criticou a abordagem, classificando-a como motivada por preconceito racial. “A ação foi desproporcional e baseada no racismo estrutural. Eles presumiram que ele não pertencia àquela região e usaram força desnecessária”, declarou. A defesa informou que irá protocolar uma queixa-crime contra os policiais.
A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo informou que o caso está sendo investigado pelo 7º Distrito Policial de Santos, sob suspeita de desacato e intervenção policial. Além disso, a Polícia Militar abriu um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar a conduta dos agentes envolvidos.
O episódio reacende o debate sobre abordagens policiais e o racismo estrutural no Brasil, intensificando as discussões sobre a necessidade de protocolos mais transparentes e inclusivos para as forças de segurança.
Por: Redação
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