Intervenções cambiais do BC já somam US$ 26,7 bilhões em duas semanas, mas não contêm a pressão sobre a moeda americana.
Nesta quinta-feira (26/12), o dólar à vista encerrou o pregão em alta de 0,38%, cotado a R$ 6,17. Durante o dia, a moeda americana atingiu a máxima de R$ 6,19, mantendo a trajetória de valorização registrada ao longo da semana. Na segunda-feira (23/12), o dólar já havia avançado 1,87%, alcançando R$ 6,18.
Para tentar frear a escalada do câmbio, o Banco Central (BC) realizou mais um leilão de dólares nesta manhã, disponibilizando US$ 3 bilhões ao mercado. Segundo o Departamento de Reservas Internacionais (DEPIN) do BC, a operação contou com nove propostas aceitas de instituições financeiras, parte de um esforço contínuo que já soma US$ 26,7 bilhões em intervenções cambiais desde o dia 12 de dezembro.
Mesmo com essas medidas, especialistas apontam que o impacto foi limitado devido à baixa liquidez característica do período entre Natal e ano-novo. Nesse cenário, operações de compra e venda acabam exercendo maior influência sobre a cotação do dólar.
Além da sazonalidade, questões fiscais e fatores externos estão no centro da pressão cambial. O pacote de cortes de gastos aprovado pelo Congresso Nacional foi avaliado como insuficiente por economistas, ampliando a incerteza sobre o equilíbrio das contas públicas. No cenário internacional, a expectativa de manutenção dos juros elevados nos Estados Unidos atrai investidores para os Treasuries, reforçando a valorização da moeda americana.
Outro fator de influência é a demanda sazonal por dólares, impulsionada por remessas de lucros de empresas estrangeiras para suas sedes no exterior, comum nesta época do ano.
Enquanto isso, a Bolsa de Valores brasileira (B3) encerrou o dia em alta. O índice Ibovespa subiu 0,25%, atingindo 121.074 pontos, puxado por ações de empresas como Petrobras, com valorização de 1,18%, e Vale, que avançou 0,40%.
Por:Redação
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