Rendimento real atinge recorde e setor industrial lidera crescimento na ocupação
O desemprego no Brasil caiu para 6,1% no trimestre móvel encerrado em novembro, segundo dados divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira (27). Este é o menor índice da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) Contínua, iniciada em 2012. Em números absolutos, 6,8 milhões de brasileiros ainda estão em busca de emprego, o menor contingente desde 2014.
Entre setembro e novembro, 510 mil pessoas saíram da desocupação, enquanto, em comparação ao mesmo período de 2023, 1,4 milhão deixaram a condição de desempregados. A taxa atual está 8,8 pontos percentuais abaixo do recorde registrado no terceiro trimestre de 2020 (14,9%), auge da pandemia de Covid-19.
Além disso, o rendimento médio real habitual manteve-se estável em R$ 3.285 no trimestre, mas registrou alta anual de 3,4%. A massa de rendimento real, que representa o total de salários pagos, chegou a R$ 332,7 bilhões, o maior valor já registrado, com crescimento de 7,2% no ano.
Recordes no mercado de trabalho
O número de pessoas ocupadas atingiu 103,9 milhões, novo recorde da série histórica, puxado principalmente pela alta no setor privado (53,5 milhões) e trabalhadores com carteira assinada (39,1 milhões). Também houve crescimento no setor público, que alcançou 12,8 milhões de empregados.
De acordo com Adriana Beringuy, coordenadora do IBGE, “o ano de 2024 caminha para o registro de recordes na expansão do mercado de trabalho brasileiro, impulsionado por aumentos tanto no emprego formal quanto no informal”.
Ainda assim, a taxa de informalidade permanece alta, em 38,7%, abrangendo 40,3 milhões de trabalhadores.
Setores em destaque
A indústria liderou o crescimento na ocupação, com alta de 2,4% no trimestre, seguida pela construção civil (3,6%), administração pública e serviços sociais (1,2%) e serviços domésticos (3,0%). Juntos, esses setores criaram 967 mil novos postos de trabalho.
Em relação a 2023, a expansão foi ainda mais expressiva: 3,5 milhões de empregos foram gerados, com destaque para comércio (692 mil), transporte (322 mil) e administração pública (790 mil). Por outro lado, o setor de agricultura e pesca recuou 4,4%, com perda de 358 mil vagas.
Com esses resultados, o Brasil consolida uma recuperação expressiva do mercado de trabalho, ainda refletindo os desafios econômicos do período pós-pandemia.
Por:Alex Alves
Foto: Agência Brasíl