Sem base consolidada, o governo enfrentou dificuldades na articulação política, atrasos no Orçamento de 2025 e embates sobre emendas parlamentares.
O segundo ano do governo Lula foi marcado por uma relação conturbada com o Congresso Nacional. Falhas na articulação política, atritos com líderes da Câmara e decisões judiciais sobre emendas parlamentares complicaram a gestão em 2024. Apesar de avanços em pautas econômicas, como o pacote fiscal e a reforma tributária, o Executivo não conseguiu aprovar temas cruciais, como o Orçamento de 2025, que será analisado no próximo ano.
Um dos principais embates ocorreu em torno das emendas parlamentares, bloqueadas por decisão do ministro Flávio Dino, do STF, devido à falta de transparência. A medida causou tensão entre os Três Poderes e atrasou votações importantes no Legislativo.
Além disso, o rompimento entre Arthur Lira, presidente da Câmara, e o ministro Alexandre Padilha, responsável pela articulação política, evidenciou a fragilidade da relação entre o Planalto e o Parlamento. O desgaste culminou em derrotas expressivas, como a manutenção de vetos do governo Bolsonaro, e reforçou a necessidade de mudanças na estratégia política do Executivo.
Para 2025, o governo já sinaliza possíveis trocas no alto escalão e maior proximidade com o Congresso. Lula tem intensificado diálogos com parlamentares, como o deputado Hugo Motta, cotado para suceder Lira na presidência da Câmara. Contudo, analistas apontam que, além do corpo a corpo político, será necessário reestruturar a base governista para enfrentar os desafios do próximo ano.
Por:Tatiane Braz
Foto:Ricardo Stuckert