Autoridades investigam ligação do crime com disputas por terras destinadas à reforma agrária
A Justiça de São Paulo autorizou a prisão temporária de um homem suspeito de envolvimento no ataque ao assentamento Olga Benário, em Tremembé, que resultou na morte de dois integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e deixou seis feridos na última sexta-feira (10).
Conhecido como Nero do Piseiro, o suspeito foi preso no sábado (11) e permanecerá detido por 30 dias. Identificado por testemunhas, ele é apontado como mentor do crime, que teria como motivação o interesse imobiliário na área destinada à reforma agrária. O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, declarou que a ação criminosa não irá deter o programa de reforma agrária do governo federal.
Lideranças do MST afirmam que o assentamento está sendo alvo de grupos armados interessados na especulação imobiliária. Segundo Gilmar Mauro, da direção nacional do MST, essas ações criminosas envolvem milícias e, em alguns casos, contam com o apoio de políticos locais.
O caso está sob investigação da Delegacia Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Taubaté, sendo registrado como homicídio, tentativa de homicídio e porte ilegal de arma de fogo.
Por: Tatiane Braz
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