Programas de apoio financeiro aos clubes de futebol locais ficaram inadimplentes, gerando prejuízos para Anapolina e Anápolis Futebol Clube.
A gestão do ex-prefeito Roberto Naves (Republicanos) deixou um rombo superior a R$ 200 mil em repasses do programa “Torcida Premiada”, afetando diretamente a Associação Atlética Anapolina e o Anápolis Futebol Clube. O programa, criado em 2017 para promover o esporte local, não cumpriu com seus compromissos durante a temporada de 2024, prejudicando financeiramente as duas principais equipes de Anápolis.
A Anapolina registrou um prejuízo de R$ 115.240, referente ao não pagamento de duas rodadas da Divisão de Acesso do Campeonato Goiano, realizadas em julho, contra Trindade e Inhumas. Já o Anápolis deixou de receber R$ 90 mil após o jogo de ida da final da Série D contra o Retrô-PE, em setembro. O total da dívida, portanto, chega a R$ 205.240.
De acordo com Fernando Correia, presidente da Anapolina, os valores deveriam ter sido repassados à Federação Goiana de Futebol (FGF) na semana dos jogos, para cobrir custos com arbitragem, aluguel de estádios e outras despesas. O restante seria destinado aos clubes, mas os repasses foram adiados repetidamente pela gestão Naves, sem que o compromisso fosse cumprido até o final de 2024.
“A gestão anterior foi adiando os pagamentos, prometendo quitá-los em agosto, depois em setembro, e chegou dezembro sem cumprir. O dinheiro sumiu”, afirmou Correia. O presidente também informou que está em negociações com a atual administração para resolver a pendência, mas não descartou levar o caso ao Ministério Público de Goiás (MPGO), acusando o ex-prefeito de inadimplência.
O programa “Torcida Premiada” foi criado como uma forma de incentivar tanto os clubes quanto os torcedores, permitindo que cidadãos de Anápolis trocassem comprovantes de pagamento de impostos municipais por ingressos gratuitos para os jogos. No entanto, o que parecia ser uma medida para fortalecer o futebol local se transformou em um problema financeiro, afetando as equipes e causando incertezas.
A Federação Goiana de Futebol (FGF), por sua vez, declarou que não se manifestará oficialmente sobre o caso, pois considera que a pendência é uma questão entre os clubes e a gestão de Naves.
Por:Manoel Messias
Foto: Jonathan Cavalcante