NASA monitora objeto espacial com chances crescentes de colisão em 2032
O risco de um asteroide atingir a Terra em 2032 nunca foi tão alto. O objeto 2024 YR4, identificado em dezembro de 2024, teve suas chances de impacto elevadas para 2,6%—o equivalente a uma em 38, de acordo com os cálculos mais recentes da NASA. Essa é a maior probabilidade já registrada para um asteroide em rota de colisão.
Monitoramento e riscos do impacto
O 2024 YR4 tem um diâmetro estimado entre 40 e 90 metros e, se atingir o planeta, poderá liberar uma energia equivalente a 7,7 megatoneladas de TNT, potência capaz de devastar uma cidade inteira. Cientistas vêm refinando os cálculos de sua trajetória, e as previsões continuam em constante atualização.
Desde sua descoberta, a chance de impacto já foi ajustada diversas vezes, passando de 1 em 83 para 1 em 38, segundo a NASA. Já a Agência Espacial Europeia (ESA) estima o risco em 2,41%.
Apesar do aumento progressivo na probabilidade, especialistas alertam que isso não significa que a colisão é inevitável. “As previsões ainda podem mudar conforme novos dados forem coletados”, explicou Hugh Lewis, cientista da Universidade de Southampton, ao New Scientist.
Previsões e regiões sob risco
Em abril de 2025, o asteroide passará por trás do Sol, tornando-se invisível para grande parte dos telescópios terrestres. As últimas observações antes desse período serão cruciais para definir melhor sua órbita. Após isso, ele só poderá ser estudado novamente em 2028.
Caso realmente esteja em rota de colisão, a área de impacto pode abranger partes do norte da América do Sul, sul da Ásia, Mar Arábico, norte da África e Oceano Atlântico. Países como Venezuela, Colômbia, Equador, Índia, Paquistão, Sudão e Nigéria estão dentro da zona de possível queda.
Ciência busca alternativas
Astrônomos esperam que o Telescópio Espacial James Webb consiga fornecer mais detalhes sobre a composição do asteroide nos próximos meses. Se ele for predominantemente rochoso, há uma chance de se fragmentar ao entrar na atmosfera. Já um objeto rico em ferro representaria um risco maior, pois manteria sua estrutura até o impacto.
“A composição do asteroide influencia diretamente na estratégia que adotaremos”, disse Lewis. “Dependendo do material, pode ser necessária uma intervenção para evitar uma tragédia.”
O monitoramento segue em andamento, e a comunidade científica busca formas de mitigar qualquer possível ameaça.
Por: Lucas Reis
Foto: Reprodução/Nasa