A troca do ministro da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Alexandre Padilha, para o Ministério da Saúde é dada como certa no entorno do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele deve assumir o cargo atualmente ocupado por Nísia Trindade, que enfrenta pressões desde o início do governo petista.
Aliados do presidente apontam que a mudança deve ocorrer após o feriado de carnaval, assim como a oficialização da deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR) como ministra da Secretaria-Geral da Presidência, em substituição a Márcio Macêdo.
Pressão política e resistência
Padilha, médico e ex-ministro da Saúde no governo Dilma Rousseff (2011-2016), é visto como um dos nomes de confiança de Lula. Apesar das pressões do Centrão para sua saída da SRI devido à demora na liberação de emendas, ele manteve-se firme e alinhado ao presidente.
Enquanto isso, Nísia Trindade enfrenta desgastes internos e externos, agravados por crises na gestão dos hospitais federais do Rio de Janeiro, escassez de vacinas no SUS e dificuldades no combate à epidemia de dengue. A falta de avanço no programa Mais Acesso a Especialistas, cobrado por Lula, também pesou contra sua permanência.
Reforma ministerial e novos arranjos
Apesar das demandas do Centrão por maior participação no governo, Lula não pretende ceder o Ministério da Saúde. No entanto, a ida de Padilha para a pasta abre espaço no Palácio do Planalto. Para seu lugar na SRI, o nome mais cotado é o deputado federal Isnaldo Bulhões (MDB-AL), aliado do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).
Reação de Nísia
Em meio às especulações, Nísia negou qualquer comunicação oficial sobre sua saída. Em entrevista à CBN Maringá, afirmou que segue firme no cargo e que o próprio Lula não mencionou reforma ministerial em reunião recente.
“O presidente Lula afirmou na reunião com Portugal que ele não está colocando reforma ministerial na mesa, mas, a qualquer momento, como é natural nos governos, ele poderá fazer substituições”, declarou a ministra.
A expectativa agora é pela oficialização das mudanças, que podem redefinir a configuração política do governo nos próximos meses.
Por: Genivaldo Coimbra
Foto: Ed Alves/CB/D.A Press