Decisão impacta setor siderúrgico brasileiro, que exporta grande parte de sua produção para os Estados Unidos; tarifa para o Canadá é suspensa
A Casa Branca confirmou nesta terça-feira, 11, que as tarifas de 25% sobre o aço e o alumínio entrarão em vigor a partir desta quarta-feira, 12, para diversos países, incluindo o Brasil. A decisão representa um golpe significativo para a indústria siderúrgica brasileira, que tem nos Estados Unidos um de seus principais mercados. Em contrapartida, Washington decidiu suspender a tarifa de 50% inicialmente prevista para o Canadá.
“De acordo com ordens executivas anteriores, uma tarifa de 25% sobre o aço e o alumínio, sem exceções ou isenções, entrará em vigor para todos os nossos parceiros comerciais à meia-noite de 12 de março”, declarou Kush Desai, porta-voz da Casa Branca.
Impacto para o Brasil
A decisão atinge de forma direta as exportações brasileiras de aço, uma vez que cerca de 90% do material enviado aos Estados Unidos consiste em produtos semiacabados, como placas, que posteriormente passam por beneficiamento para uso nas indústrias automobilística, de eletrodomésticos e de equipamentos.
As siderúrgicas brasileiras mais afetadas são a ArcelorMittal e a Ternium, que exportam a maior parte de sua produção aos EUA, além da CSN, que envia produtos laminados de alto valor agregado. A Usiminas, por sua vez, realiza vendas esporádicas para o mercado americano.
No setor de alumínio, a Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), do grupo Votorantim, está entre as mais prejudicadas. Em 2024, o Brasil exportou US$ 267 milhões em produtos de alumínio para os EUA, o que representou 17% do total exportado pelo setor, segundo a Associação Brasileira do Alumínio (Abal).
Governo brasileiro avalia medidas
Empresas e associações do setor esperavam que houvesse ao menos uma prorrogação de 30 dias antes da entrada em vigor das tarifas, o que permitiria negociações entre os governos. O Ministério da Indústria e Comércio Exterior do Brasil está em contato com autoridades norte-americanas para buscar alternativas que minimizem os impactos para as empresas nacionais.