Paciente sofreu parada cardiorrespiratória enquanto aguardava resgate; falta de transporte aéreo agravou situação
Um soldador de 42 anos, identificado como João Cunha Vieira Neto, morreu na noite de quinta-feira (13) após a ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) quebrar durante sua transferência de Catalão para Goiânia. O paciente, que estava em estado grave após sofrer uma descarga elétrica no trabalho, teve uma parada cardiorrespiratória enquanto aguardava outro veículo para concluir o trajeto.
Segundo o Corpo de Bombeiros, João havia sido internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Santa Casa de Catalão após sofrer um acidente de trabalho. Ele recebeu uma forte descarga elétrica enquanto consertava um telhado, sofrendo fraturas na perna esquerda, afundamento no lado direito do tórax, lesões na face e sangramento no ouvido.
Diante da gravidade do quadro, os médicos optaram por transferi-lo para Goiânia. No entanto, a falta de regulação para transporte aéreo impossibilitou o deslocamento por helicóptero, e uma ambulância do SAMU foi acionada para realizar o transporte terrestre.
Por volta das 22h, o veículo apresentou falha mecânica no trevo de Cristianópolis. O SAMU de Caldas Novas foi acionado para prestar apoio, mas, antes da chegada da nova ambulância, João sofreu uma parada cardiorrespiratória. Equipes médicas tentaram reanimá-lo por aproximadamente uma hora, sem sucesso. O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Caldas Novas.
A coordenadora do SAMU, Sabina Borges, esclareceu que a transferência aérea chegou a ser considerada, mas não havia regulação para a vaga. Ela também destacou a sobrecarga do serviço, que realiza em média 60 transferências mensais para Goiânia e Itumbiara, contando apenas com duas ambulâncias.
O caso reacende debates sobre a infraestrutura do transporte de emergência no estado e a necessidade de investimentos para evitar que falhas mecânicas prejudiquem atendimentos urgentes.
Por: Genivaldo Coimbra
Foto: Reprodução