Em pesquisa realizada entre investidores, imagem do Ministro da Fazenda sofreu queda drástica nos últimos três meses, com pessimismo sobre a economia brasileira em 2025.
A avaliação do mercado financeiro sobre o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sofreu uma forte queda, com sua aprovação reduzida a apenas 10%, segundo levantamento realizado pela Genial/Quaest. A pesquisa, divulgada nesta quarta-feira, 19, revela que a confiança no ministro sofreu um revés significativo nos últimos três meses, passando de 41% de avaliações positivas em dezembro para apenas 10% em março.
A pesquisa foi realizada entre 12 e 17 de março e incluiu 106 profissionais do mercado financeiro, como gestores de fundos, economistas e analistas em São Paulo e Rio de Janeiro. O levantamento mostrou que as avaliações negativas sobre o trabalho de Haddad dispararam, subindo de 24% para 58% no período analisado, refletindo um desgaste considerável da sua imagem.
Além disso, 85% dos entrevistados afirmaram que houve um enfraquecimento de Haddad no governo, um aumento substancial em comparação aos 61% que o viam dessa forma em dezembro. A parcela dos que consideram que o ministro mantém a mesma força caiu drasticamente de 35% para 14%. Apenas 1% dos participantes acreditam que Haddad tenha se fortalecido desde o último levantamento.
O estudo também apontou um crescente pessimismo com relação à economia brasileira. Para 93% dos participantes, a política econômica do governo está na direção errada, uma leve melhora em relação aos 96% registrados em dezembro. Quando questionados sobre a responsabilidade pela política econômica, 92% dos entrevistados atribuíram o papel central a Lula, enquanto apenas 5% apontaram Haddad como o principal responsável.
Com relação às expectativas econômicas para 2025, 83% do mercado prevêem uma piora na economia, embora essa porcentagem tenha caído levemente em comparação com os 88% de dezembro. Além disso, 58% dos entrevistados acreditam que o Brasil corre o risco de entrar em recessão no próximo ano. Para o PIB de 2025, 51% dos analistas projetam um crescimento de até 2%.
A pesquisa também avaliou o início do mandato de Gabriel Galípolo à frente do Banco Central. Apesar de ser cedo para uma avaliação definitiva, 45% dos entrevistados consideraram sua atuação positiva até o momento, enquanto 41% a veem como regular.
O panorama desenhado pela pesquisa mostra um cenário desafiador para o governo e para o mercado financeiro, com a perda de confiança no Ministro da Fazenda e expectativas negativas para a economia nos próximos meses.
Por: Genivaldo Coimbra
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil