Montadoras e líderes internacionais criticam medida, enquanto Elon Musk admite impacto na Tesla
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou uma tarifa de 25% sobre a importação de automóveis, uma decisão que já gera repercussões no mercado global. A medida, que entra em vigor na próxima semana, tem o objetivo de incentivar a produção local e reverter a queda da participação dos EUA na indústria automotiva mundial.
Nas últimas quatro décadas, a presença dos Estados Unidos na fabricação global de veículos despencou de 26% em 1985 para apenas 11% em 2024. Enquanto a China, a Europa e o México expandiram suas produções, os EUA passaram de 11,7 milhões de carros produzidos para 11,4 milhões, enquanto o mercado global cresceu de 45 para 75,5 milhões de unidades.
O CEO da Tesla, Elon Musk, reconheceu que sua empresa também será afetada pela tarifa. “É importante destacar que a Tesla não está imune. O impacto no custo das peças importadas não é trivial”, afirmou Musk em entrevista à Reuters.
A reação internacional foi amplamente negativa. O primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, questionou a medida, ressaltando que seu país investe fortemente nos EUA e pode reconsiderar estratégias. Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, declarou que a tarifa é “ruim para as empresas e pior para os consumidores”. O ministro da Economia da Alemanha, Robert Habeck, defendeu uma resposta rígida da União Europeia, enquanto Rachel Reeves, ministra das Finanças do Reino Unido, alertou que “guerras comerciais não beneficiam ningúem”.
Com a implementação iminente da tarifa, especialistas preveem um aumento no custo dos veículos importados e possíveis retaliações comerciais, acirrando as tensões entre os EUA e seus parceiros comerciais.
Por: Genivaldo Coimbra
Foto:Divulgação